O apresentador Otávio Mesquita decidiu levar à Justiça sua resposta formal à acusação feita pela humorista e ex-assistente de palco Juliana Oliveira, que o denunciou por abuso sexual em um episódio ocorrido nos bastidores do programa The Noite, do SBT, em 2016. Após a denúncia vir a público, Mesquita moveu um processo por calúnia e difamação contra Juliana, alegando que está sendo vítima de uma campanha difamatória baseada em fatos que ele nega categoricamente.
Juliana Oliveira, que integrou por anos a equipe de Danilo Gentili no The Noite, formalizou sua denúncia contra Mesquita em 2024, oito anos após o ocorrido. Segundo ela, o apresentador teria praticado atos libidinosos com emprego de força física durante uma gravação do programa em 2016. O caso reacendeu debates nas redes sociais sobre o ambiente nos bastidores da televisão brasileira e a dificuldade das vítimas em denunciar casos de assédio no meio artístico.
Juliana afirma que comunicou o ocorrido a Danilo Gentili na época, mas que o caso não teve o encaminhamento adequado. Gentili, por sua vez, publicou um extenso vídeo em defesa própria, negando ter se omitido e afirmando que, assim que soube do relato, vetou a presença de Mesquita nas gravações e tomou medidas internas para reforçar a segurança nos estúdios do SBT.
A resposta judicial de Mesquita
Diante da repercussão e da denúncia pública de Juliana, Otávio Mesquita decidiu se defender não apenas por meio de declarações públicas, mas também por vias legais. Ele ingressou com um processo acusando Juliana de difamação, calúnia e possível dano moral, argumentando que as acusações são infundadas e colocaram em risco sua reputação construída ao longo de décadas de carreira na televisão.
Segundo sua defesa, Mesquita estaria enfrentando um julgamento midiático sem o devido processo legal, e a iniciativa de processar Juliana busca reparar os danos à sua imagem e esclarecer os fatos sob a ótica da Justiça. O processo corre em segredo de Justiça, mas fontes próximas ao apresentador indicam que ele busca não apenas retratação pública, mas também reparação financeira.
Repercussão e polarização nas redes
O caso gerou grande comoção nas redes sociais, dividindo opiniões. Muitos usuários saíram em defesa de Juliana, destacando a coragem de denunciar um episódio delicado mesmo após tanto tempo. Outros apoiaram Mesquita, apontando a importância do direito de defesa e o risco de condenações públicas antes do julgamento judicial.
Danilo Gentili também foi alvo de críticas, com parte do público o acusando de omissão, enquanto outros elogiaram sua postura em se pronunciar publicamente e expor documentos e áudios que, segundo ele, corroboram sua narrativa.
Com processos em andamento de ambos os lados — a investigação da denúncia de Juliana contra Mesquita e agora o processo movido por ele contra ela — o caso deve seguir ganhando atenção da mídia e do público. Especialistas em direito penal e mídia têm apontado que o episódio poderá servir como marco para discussões mais amplas sobre a responsabilização, os prazos de denúncia e os cuidados com julgamentos públicos em casos de abuso.
Independentemente do desfecho, o embate entre Juliana Oliveira e Otávio Mesquita escancara um tema ainda sensível e urgente: o enfrentamento do assédio nos bastidores do entretenimento e o equilíbrio entre direito à denúncia e à legítima defesa.
