A Solange Duprat do remake de Vale Tudo admitiu que, mesmo atuando em uma novela problemática, o trabalho foi importante para sua trajetória na TV.
Nem sempre nos orgulhamos de todos os trabalhos que fazemos, mas uma coisa é certa: muitas vezes, até os projetos mais inesperados ou duvidosos podem nos levar a lugares que jamais imaginamos. Alice Wegmann é a prova disso. Apesar de atualmente brilhar como Solange em Vale Tudo, a atriz enfrentou um dos maiores fracassos da Globo.
Com mais de sete novelas no currículo, incluindo A Vida da Gente (2011), Boogie Oogie (2015) e a vencedora do Emmy Internacional Órfãos da Terra (2019), Alice relembrou publicamente de uma trama que saiu do controle, mas que acabou abrindo portas e consolidando-a entre as atrizes mais talentosas de sua geração.
“A novela era ruim, o texto era ruim”
Em entrevista ao podcast Embrulha Sem Roteiro, a atriz falou sobre uma trama problemática que participou: “Eu já fiz uma novela sem pé nem cabeça. Era uma personagem que você olhava e falava: ‘Meu Deus, que história é essa?’. E essa novela e essa personagem me fizeram fazer a personagem que eu acho que foi a grande virada de chave na minha carreira.”.
Apesar de não ter gostado do rumo de sua personagem no folhetim, o trabalho serviu como um trampolim para algo muito maior: estrelar uma série de sucesso.
“O diretor me viu na novela e falou: ‘você conseguiu tirar leite de pedra. A novela era ruim, o texto era ruim, e você estava ótima. É por isso que eu estou te chamando para protagonizar essa série aqui'”, contou a atriz durante o bate-papo.
Divulgação/TV Globo
O desafio de levar o trabalho com paciência e profissionalismo ensinou a ela uma lição valiosa para a vida: “Eu acho que a gente tem que aproveitar qualquer trabalho. Seja o pior texto do mundo que você tenha ali […] Dê sempre o seu melhor, porque isso pode abrir portas, isso pode te dar novos amigos, te dar contatos, te dar estofo, te dar tudo”.
Alice Wegmann não revelou o nome da novela “sem pé nem cabeça”, mas logo os internautas começaram a comentar no vídeo do podcast que a trama seria A Lei do Amor (2016), escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.
Já a série, também não citada, provavelmente é Onde Nascem os Fortes (2018), exibida um ano após o fim de A Lei do Amor, na qual a atriz interpretou a protagonista Maria.
O vexame do horário nobre
Nem o grande elenco, liderado por nomes como Claudia Abreu, Reynaldo Gianecchini, Vera Holtz, José Mayer e Grazi Massafera, foi suficiente para salvar A Lei Do Amor do fracasso. A audiência da novela das 21h ficou muito abaixo do esperado durante grande parte de sua exibição, encerrando com média geral de 27,2 pontos no Ibope.
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O baixo desempenho pode ser explicado pela trama, considerada confusa por muitos, e pelos furos na história. Ao longo da produção, foram feitas mudanças no roteiro e nos personagens, mas nada conseguiu reverter a situação.
A história gira em torno do romance proibido de Helô (Isabelle Drummond) e Pedro (Chay Suede), jovens que se amavam e se separaram após a família do herdeiro se mostrar contrária ao relacionamento e armar contra eles. A mãe de Helô era uma mulher pobre com leucemia, e seu pai, um alcoólatra que trabalhava na fábrica da família rica de Pedro.
Anos depois, os dois se reencontram e descobrem a verdade, mas algo ainda pior acontece: o pai de Helô, Jorge (Daniel Ribeiro), desesperado pelo desemprego, a doença da esposa e as dificuldades da família, decide assaltar a empresa de Fausto (Tarcísio Meira), pai de Pedro. A partir daí, a trama se aprofunda em mistérios, novos romances e intrigas.
Alice Wegmann interpretou Isabela, que era um dos pontos centrais da novela. A jovem fingiu ser massagista para se aproximar de Tiago (Humberto Carrão) e planejou se vingar dele por, supostamente, tê-la jogado no mar para matá-la anos antes. No desfecho, a grande verdade sobre essa história é revelada, e Isabela e Tiago acabam juntos.