Um Projeto de Lei (PL) apresentado na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) na última quinta-feira, 19, busca o reconhecimento do município de Itapipoca, a 136 km de Fortaleza, como a “capital da megafauna pré-histórica” no Estado. O texto é de autoria do deputado Romeu Aldigueri (PDT), atual líder do Governo que assumirá a presidência da Casa em 2025.
O PL 884/24 visa dar “o devido destaque no cenário paleontológico estadual e nacional” ao município. Desde pelo menos a década de 1960, Itapipoca recebe pesquisas sobre o período Quaternário, no qual viveu a chamada “megafauna”. Este é o nome dado a grandes animais, como preguiças-gigantes e tatus-gigantes, com características semelhantes a espécies existentes ainda hoje.
Na justificativa para apresentação do PL, Aldigueri argumenta que “o reconhecimento oficial de Itapipoca como a Capital Cearense da Megafauna Pré-Histórica promoverá o fortalecimento da identidade cultural e científica do município”. Ainda segundo o parlamentar, isso deve estimular o turismo científico na região.
Os pesquisadores utilizaram fotos e relatórios sobre fósseis encontrados em Itapipoca, em 1961, que estavam no Museu Nacional. Na imagem, fragmento de mandíbula de Morenelaphus (acima) e fragmento de mandíbula de Cervidae indet. (embaixo).

Em 28 de fevereiro de 1961, “a fabulosa fauna paleontológica assinalada em Itapipoca” foi destaque nas páginas do jornal.

O tigre dentes-de-sabre também viveu na região de Itapipoca.

As paleolhamas também viveram na região de Itapipoca.

O mastodonte é um dos animais que viveram na região de Itapipoca.
A cidade conta, atualmente, com uma estrutura específica para abrigar pesquisas sobre o período Quaternário, o Museu de Pré-História de Itapipoca (MUPHI). O local também tem exposições e promove iniciativas educacionais e de divulgação científica.