O anoitecer deste domingo, 2, em Juazeiro do Norte, foi iluminado pelas velas e candeeiros de milhares de fiéis que participaram da procissão de encerramento da Romaria de Nossa Senhora das Candeias. Do largo da Capela do Socorro, onde está sepultado o corpo do padre Cícero Romão Batista, a procissão saiu percorrendo as principais ruas do Centro da cidade, em direção à Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores.
O tradicional cortejo teve início logo após a última missa do dia, presidida pelo bispo diocesano de Patos (PI), dom Eraldo Silva. “Bendita e louvada seja a luz que mais alumeia, valei-me meu Padim Ciço e a mãe de Deus das candeias”, entoava a multidão em uníssono, erguendo as velas ao céu.
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Após a chegada do cortejo à Praça do Romeiro, o bispo conduziu a Bênção do Santíssimo Sacramento, que foi seguida pela despedida com o bendito “Adeus Maria” e o show pirotécnico.
“Maria é mãe de Jesus, a mãe da verdadeira luz, por isso ela é a mãe das Candeias e, assim como essas velas que trazemos em nossas mãos vão se consumindo, também nós somos chamados a consumirmos a nossa vida sendo luz e não trevas”, afirmou o bispo da Diocese de Crato, dom Magnus Henrique, ao explicar o sentido da celebração.
Para o reitor e pároco da Basílica Santuário Nossa Senhora das Dores, padre Cícero José, a romaria é uma oportunidade de renovação da esperança e de compromisso: “Cristo é a nossa luz. Vir a Juazeiro, cantar, se emocionar, caminhar na procissão, tudo isso é muito bom, mas é preciso que também assumamos um compromisso, de sermos presença desta luz onde quer que estejamos”.
Neste ano, o maior quantitativo de devotos participantes da Romaria das Candeias é proveniente do estado do Pernambuco (25.519), conforme levantamento da Basílica Santuário. Em segundo lugar, aparece o estado de Alagoas (22.484), à frente do Rio Grande do Norte (14.605) e da Paraíba (16.987).
Romaria das Candeias: como Padre Cícero ajudou serralheiro na origem da festa
A procissão luminosa da Romaria das Candeias, embora seja uma tradição muito antiga em Juazeiro do Norte, não surgiu na cidade. A Igreja Católica, todos os anos, 40 dias após o Natal, celebra a festa da Apresentação do Senhor, fazendo memória do dia em que os pais de Jesus o levaram, ainda recém-nascido, para ser apresentado no Templo, como mandava a lei judaica.
Em meados do século V, a festa que já era celebrada em Roma passou a acrescentar a bênção e a procissão das velas, recordando que Cristo é a “Luz que brilhará para os gentios”, conforme dissera Simeão, ao tomar o menino Jesus nos braços – relato do evangelho de Lucas, lido nas missas do dia 2 de fevereiro.
Em Juazeiro do Norte, esta festa foi inculturada pelo Padre Cícero e ganhou o título de Festa das Candeias, em alusão aos candeeiros usados na procissão. Conta a narrativa popular que com o crescimento do povoado do antigo “Juazeiro”, no final do século XIX, um serralheiro, que passava por dificuldades financeiras, procurando por emprego, pediu ajuda ao Padre Cícero, que o orientou a fabricar candeeiros.
Pouco antes da data da celebração, o sacerdote teria recomendado que os devotos comprassem os candeeiros para uma grande procissão que aconteceria no dia 2 de fevereiro, na festa da Apresentação. Com isso, Padre Cícero ajudou o serralheiro a conseguir um trabalho e mobilizou a fé da região.
Veja fotos da romaria:

Romaria das Candeias

Romaria das Candeias

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