O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi preso na manhã desta quarta-feira, 15, no horário local, noite de terça no Brasil. O político foi afastado do cargo pelo Parlamento do país asiático em dezembro, após uma tentativa de impor lei marcial.
Essa foi a segunda operação para prender Yoon: a anterior havia ocorrido no dia 3 de janeiro, quando a polícia foi barrada na entrada da residência oficial pela guarda presidencial — um impasse tenso que durou seis horas. A agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que a equipe que tentou invadir a residência presidencial era composta de 30 pessoas do gabinete anticorrupção e 120 policiais.
Os advogados de Yoon entraram com uma liminar em um tribunal de Seul para anular o mandado de prisão, mas os juízes anularam o pedido. Desta vez, a polícia fechou um acordo com a guarda presidencial para garantir que poderia entrar na residência oficial.
O ex-ministro da Defesa de Yoon, o chefe de polícia e vários comandantes militares de alto escalão já foram presos por seus papéis na declaração da lei marcial em 3 de dezembro, que suspendeu por seis horas atividades políticas, a livre imprensa e reuniões civis não autorizadas no país para combater supostas “forças antiestatais” e “ameaças comunistas”, citando inimigos internos e a Coreia do Norte. A Assembleia Nacional logo reverteu a medida, desafiando os militares que invadiram o edifício parlamentar.
Impeachment
Nesta terça, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul adiou a sessão de abertura do julgamento de impeachment de Yoon, após o presidente afastado faltar à audiência.
Sua equipe de defesa disse que Yoon, que estava há semanas escondido em sua mansão na encosta de Seul, não compareceria ao tribunal devido a uma tentativa de detê-lo na semana passada, mediante um mandado de prisão. Segundo seus advogados, isso impede Yoon de expressar sua posição no julgamento.
A próxima sessão está marcada para esta quinta-feira 16, e se Yoon também não comparecer, os procedimentos do julgamento prosseguirão sem ele, disse o presidente interino Moon Hyung-bae.
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Fora do tribunal, um dos advogados do presidente afastado, Yoon Kab-keun, disse que o ele decidiria se iria ou não ao tribunal na quinta-feira após discussões com a equipe de defesa sobre sua estratégia.
O Tribunal Constitucional deve decidir dentro de 180 dias se removerá Yoon do cargo, ou restaurará seus poderes presidenciais.




