Cinema de suspense e paranoia de primeira classe estrelada por Robert Redford.
A década de 1970 foi o auge do cinema de conspiração e paranoia: principalmente devido aos escândalos políticos apresentados com destaque nos noticiários da televisão, um clima de desconfiança se desenvolveu entre as pessoas, a mídia e a política. Esse clima inspirou vários cineastas a criar suspenses emocionantes sobre a sensação de ser constantemente traído e nunca estar seguro.
Um dos representantes mais famosos desse gênero é o thriller político e de espionagem Três Dias do Condor, que consegue elevar o pulso mesmo com ação mínima. O clássico está disponível para aluguel e compra no Prime Video, Apple TV e Youtube.
É disso que se trata Três Dias do Condor
O amante de histórias em quadrinhos Joseph Turner (Robert Redford) trabalha para uma filial disfarçada da CIA em Nova York. Seu trabalho é vasculhar livros em busca de conteúdo que possa ser relevante para a segurança do país. Mas quando ele retorna ao escritório na hora do almoço, encontra seus colegas mortos a tiros. Ainda em choque, Joseph liga para a sede em Langley para relatar o incidente.
Ao telefone, o agente da CIA Higgins (Cliff Robertson) garante que ele será levado para um lugar seguro. Mas então Joseph, conhecido internamente como “Condor”, tem uma suspeita assustadora: e se a CIA o considerar, o único sobrevivente, um traidor? E se eles — ou um informante — quisessem acabar com toda a agência e Turner agora revelou que eles falharam?
Joseph não tem escolha: ele foge para encontrar segurança e descobrir exatamente o que está acontecendo. Por acaso, acaba conhecendo a fotógrafa Kathy (Faye Dunaway), a quem ele incentiva a ajudá-lo.
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Marvel, Clooney e Pollack fazem referência a este clássico
Três Dias do Condor conta a história da perseguição de um homem e uma mulher por pistas de Nova Jersey, Nova York e Washington D.C. Também fala sobre o medo do herói de que o serviço secreto para o qual ele trabalhava não estivesse protegendo o estado democrático e seu povo, mas sim tentando invocar uma forma de totalitarismo e não mediria esforços para fazê-lo. E bem no meio de tudo isso está o astro de Golpe de Mestre, Robert Redford, em um papel principal.
Os fãs da Marvel podem achar isso familiar – e não é coincidência! Os diretores Joe e Anthony Russo admitiram várias vezes que Capitão América 2 – O Soldado Invernal é uma homenagem (mais cheia de ação) ao longa e alguns de seus colegas do gênero. E não foi apenas o emocionante destaque do filme do MCU que prestou homenagem ao thriller de conspiração.
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Entre outros, ele é discutido em Irresistível Paixão, com Jennifer Lopez e George Clooney – e o diretor de Três Dias do Condor, Sydney Pollack, se divertiu adaptando falas de seu marco em três de seus longas posteriores: na comédia Tootsie, no filme jurídico A Firma e no suspense A Intérprete.
A fama duradoura do filme também pode ter sido devido ao fato de que o thriller, que surgiu do pessimismo político de Watergate, demonstra um senso de futuro para as controvérsias políticas dos Estados Unidos: um elemento central do longa é a batalha implacável por recursos finitos – um tópico que se tornou ainda mais relevante e explosivo para os EUA desde o lançamento de Três Dias do Condor.
Mudança brusca entre a vontade estilística e o realismo
Não importa o quão precisamente os autores Lorenzo Semple Jr. e David Rayfiel tenham tocado em algum ponto sensível, o thriller de conspiração que eles escreveram continua inspirando décadas depois. As várias camadas de abuso e sede de poder e intriga que Joseph Turner revela são cuidadosamente construídas e apresentadas em uma sequência cativante: é emocionante chegar ao fundo do pântano imoral, e o suspense também é criado pela questão de quanto tempo o Condor, que apesar de sua astúcia está desorganizado, pode escapar de seus inimigos.
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O material ganha um toque de humanidade por meio do relacionamento complexo entre Condor e Kathy, que nem sempre deixa o herói em uma posição moralmente perfeita, e que Dunaway incorpora com sensibilidade e profundidade. E embora Pollack se criticasse anos depois, dizendo que havia encenado uma reviravolta emocional entre esses personagens de forma “muito intelectual”, Três Dias do Condor é uma obra-prima, principalmente pela hábil encenação de Pollack, que oscila entre o realismo e a especulação artística. O diretor joga seu público para frente e para trás entre o semidocumentário, a observação realista e detalhada e uma vontade estilística que desperta incerteza e muda o mundo ordenado.
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Esse cinema mental de paranoia, que corre paralelamente ao filme, é ainda mais reforçado pela edição afiada e indicada ao Oscar de Don Guidice e Fredric Steinkamp, assim como pela música do músico de jazz Dave Grusin, que é influenciada pelas cores da época. Grusin cria uma paisagem sonora casual, alegre e confortável, que, no entanto, em certos pontos, é perturbada por tons ameaçadores.
