O Agente Secreto está fazendo sucesso nos cinemas brasileiros, novo filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura.
Estrelado por Wagner Moura, O Agente Secreto está em exibição nos cinemas. Ambientado em Recife nos anos 70 durante a ditadura militar, o filme apresenta diferentes linhas do tempo e um final anticlimático, que deixou muitas pessoas confusas ou frustradas. Por isso, resolvemos comentar aqui no AdoroCinema sobre seu encerramento.
O Agente Secreto se passa no Brasil de 1977 onde Marcelo (Wagner Moura), professor especializado em tecnologia, sai de São Paulo e vai para Recife. Ele tenta fugir do seu passado violento e misterioso, com a intenção de começar uma nova vida. Ali, ele chega na semana do Carnaval, e logo a paz e a calmaria da cidade vai se esvaindo, percebendo que atraiu o caos do qual ele sempre quis fugir. Para piorar a situação, além de Marcelo estar sendo espionado, vê que a cidade ficou muito longe de ser o seu refúgio.
ATENÇÃO, CONTÉM SPOILERS DE O AGENTE SECRETO!
Final explicado de O Agente Secreto: Entenda o filme estrelado por Wagner Moura
Vitrine Filmes
Em O Agente Secreto, Marcelo foge para Recife após seus conflitos com Ghirotti (Luciano Chirolli), um empresário corrupto que corta as verbas de pesquisa da universidade que ele trabalhava. Em retaliação, o homem contrata os assassinos de aluguel Bobbi (Gabriel Leone) e Augusto (Roney Villela) para ir atrás do protagonista.
É nesse clima de insegurança que acompanhamos a parte final de O Agente Secreto, com a perseguição à Marcelo (cujo nome real é Armando), enquanto ele tenta conseguir os documentos para ir embora do Brasil com seu filho Fernando. O personagem de Wagner Moura sobrevive aos assassinos, mas seu futuro fica incerto ao público. No presente, descobrimos em uma matéria de jornal que ele foi assassinado pouco tempo depois.
“Tudo conectado de uma maneira muito doida”: Em O Agente Secreto, Kleber Mendonça Filho faz referência a obra-prima de Steven Spielberg
Essas informações surgem pela pesquisadora universitária Flávia (Laura Lufési), que está investigando os arquivos e as fitas da época. Para completar as lacunas do caso Armando, ela viaja para Recife e se encontra com seu filho, agora adulto, Fernando (também interpretado por Wagner Moura). Ele trabalha como médico em doação de sangue atualmente, mas revela que tem poucas lembranças de seu pai.
Flávia entrega para Fernando um pen drive com todos os arquivos envolvendo a história de seu pai e se despedem na frente do posto médico enquanto ele lembra que ali era um cinema que frequentava quando criança, e agora trabalha no mesmo lugar.
Apesar de poder ser encarado como um final anticlimático, ele é bastante emblemático e impactante ao reforçar as temáticas sociopolíticas do filme, tanto pelas críticas às perseguições, violências e apagamentos históricos praticados durante a ditadura militar no Brasil, assim como a importância do resgate da memória e construção de identidade nacional e individual – que fica evidenciado em todo diálogo de Flávia e Fernando.
A falta de memória de Fernando pelo seu pai é uma marca trágica que afetou a família de vários brasileiros perseguidos e mortos no período da ditatura militar. Por isso, o resgate da memória é fundamental para que esse passado violento e autoritário não seja apagado e que a justiça seja feita. Os arquivos pesquisados por Flávia servem como esse elo entre o presente e o passado, na luta contra esquecimento da nossa história.
