O 13º Andar chegou nem meio ano depois do filme de Keanu Reeves, mas não repetiu o mesmo sucesso e caiu no esquecimento.
Apenas seis meses após o lançamento de Matrix em 1999, outro filme de ficção científica foi lançado nos cinemas explorando a noção de mundos simulados, embora com uma abordagem bem diferente do clássico estrelado por Keanu Reeves.
Estou falando de 13º Andar, que foi esquecido pela lembrança de Matrix e por uma comparação impossível de não recorrer. O blockbuster da Warner Bros. dirigido pelas irmãs Wachowski não só soube oferecer uma mensagem muito interessante que nos desafiava a questionar nossa percepção da realidade e a buscar a verdade, como também a empacotou com uma combinação explosiva de ação inovadora e efeitos visuais de ponta que, somados a uma excelente campanha de marketing, fez com que todos quisessem comprar seu ingresso e aproveitar sua experiência cinematográfica.
Por outro lado, 13º Andar foi um projeto muito mais modesto e convencional, no qual, apesar de explorar todo esse tema da ilusão da realidade, ou “ignorância é uma benção”, tudo foi feito com uma abordagem mais detetivesca, típica de um clássico do cinema noir, onde não havia muita ação além de algumas perseguições, tiroteios e lutas que podem ser contadas nos dedos de uma mão. O ponto forte do filme era a intriga, tudo em torno de um misterioso assassinato que é apresentado no início, e a tensão que o protagonista sofre à medida que lentamente percebe o engano em que está vivendo.
A ação venceu o mistério, e enquanto Matrix se tornou um fenômeno global que gerou três sequências, alguns jogos e uma antologia animada, 13º Andar foi um enorme fracasso de bilheteria, arrecadando US$ 18,5 milhões após um investimento de US$ 16,5 milhões.
Do que se trata exatamente 13º Andar? Sua história
Columbia Pictures
Dirigido e coescrito por Josef Rusnak, este filme é uma adaptação livre do romance Simulacron-3, de Daniel F. Galouye, no qual acompanhamos Douglas Hall (Craig Bierko), que se envolve em uma investigação quando seu mentor e criador de um sistema avançado de realidade virtual é assassinado. Enquanto o perseguem, Douglas descobre que a simulação de Los Angeles de 1937, povoada por pessoas que desconhecem seus programas, contém pistas sobre a verdadeira natureza de sua realidade, e ele começa a suspeitar que seu próprio mundo possa ser outra simulação.
Em outras palavras, viajamos por pelo menos três supostas realidades. Imagine que Neo, após sair de Matrix, descobre que está preso em outra simulação. É uma teoria com a qual os fãs da saga brincam, e no caso de 13º Andar é parte fundamental da história, com um final um tanto ambíguo que nos deixa refletindo sobre o assunto. Mas aqui eles também brincam com o livre-arbítrio e o determinismo, de se somos programados para nos comportar de uma determinada maneira ou de outra, ao mesmo tempo em que mostram como personagens de um nível superior podem “baixar” sua consciência em avatares de níveis inferiores, controlando seus corpos e alterando radicalmente suas vidas.
E… este filme envelheceu bem em termos técnicos? O fato de não ter pretendido ser uma maravilha de efeitos especiais na época – nem ter um orçamento grande para isso – fez com que este continuasse sendo um filme neo-noir com trabalho de pós-produção suficiente para não te perder em nenhum momento. Ele também não explora outros elementos de ficção científica em profundidade, o que faz com que sua história pareça ultrapassada, então, vale a pena dar uma chance para 13º Andar!