Depois do sucesso de Divertida Mente 2, Elio estreia nos cinemas nesta semana.
A indústria da animação vive um momento muito vivo. Enquanto há criações que bebem nas influências de Homem-Aranha no Aranhaverso, estúdios tentam implementar novas ferramentas dentro do próprio estilo – e isso, sem comentar, nas empresas que ainda apostam no bom 2D. Depois de Divertida Mente 2, um novo lançamento da Pixar está chegando aos cinemas com novidades.
Elio é o mais novo personagem da casa de Toy Story e Os Incríveis. O menino de 11 anos é extremamente sonhador, artístico e criativo. Sua dificuldade em se encaixar o torna um garoto solitário, mas muito imaginativo. Sua fascinação pelo espaço e sua obsessão por aliens e vida fora da Terra acabam o levando por engano para Comuniverso, um reino onde opera uma organização interplanetária que abriga representantes de múltiplas e diferentes galáxias.
Adiado 2 vezes, Elio chega aos cinemas completamente diferente da ideia original
A aventura dos sonhos de Elio começa e rapidamente ele é confundido pelas criaturas como o embaixador e líder da Terra. A partir daí, o menino precisa superar confusões e crises intergalácticas, formar laços com vidas alienígenas e descobrir quem ele realmente é e qual é o seu verdadeiro destino.
Em uma visita ao campus da Pixar Animation na Califórnia, o SlashFilm ouviu alguns detalhes sobre o projeto, que apresenta uma virada positiva nos trabalhos do estúdio.
Pixar
“Na Pixar, e em toda a nossa indústria, acredito piamente que o que é viável em computação gráfica é limitado agora apenas pela nossa imaginação. Já criamos água, criamos o mundo dos mortos, criamos personagens de água, de fogo e, bem, [até] mortos (e almas). O que mais há para ser tecnicamente descoberto? Com ’Elio’, poderíamos usar toda a nossa tecnologia para criar um mundo que não fosse mais limitado à Terra e pudesse satisfazer todo o nosso desejo de espaço”, disse a supervisora de efeitos visuais Claudia Chung Sanii.
Para a criação do Comuniverso, uma estação interplanetária em que diferentes raças alienígenas protegem e tomam decisões, a Pixar teve o auxílio de um conjunto de ferramentas chamado Luna. Esse software permitiu que a iluminação do filme, que recebe os retoques fundamentais apenas na pós-edição, fosse adicionada nos processos iniciais do projeto: “Luna nos permitiu usar iluminação e câmera ao mesmo tempo para descobrir como guiar seus olhos e contar uma história”, disse ela.

Pixar
“Só víamos os cenários ou os personagens iluminados no final, quando todas essas oportunidades se apresentavam, mas nem sempre havia tempo para aproveitar. Tenho orgulho daqueles primeiros filmes, mas há muito mais a ser possível graças à […] possibilidade de ver uma imagem incrível bem antes”, acrescenta o veterano da animação Harley Jessup.
Isso fez com que o estúdio visse como a arte e a tecnologia podem andar de mãos dadas, conforme indicou Sanii:
“Acho interessante, porque tradicionalmente há uma separação entre arte e tecnologia, e você sente isso. Você pensa: ‘Ah, preciso voltar para o meu computador e programá-lo’. Mas acho que em ‘Elio’ foi a primeira vez que experimentei que estávamos misturados. Tínhamos artistas técnicos fazendo arte, e tínhamos artistas fazendo motion graphics e esses problemas técnicos realmente complexos, e resolvendo isso também. Então, acho que é um momento empolgante para fazer filmes.”
O resultado está impresso no longa-metragem, que recebe um ótimo tratamento tanto de iluminação quanto de coloração. Algo que o público poderá conferir em breve, a partir de 19 de junho, quando Elio desembarca nas telonas.