Uma adaptação cinematográfica drástica.
Com sua aclamada adaptação cinematográfica de Sonne und Beton, David Wnendt se consolida ainda mais como especialista na adaptação de livros de sucesso muito comentados. Antes disso, ele já havia conseguido levar Ele Está de Volta e, principalmente, Wetlands para a tela grande. E é exatamente neste último que vamos nos concentrar hoje.
Wetlands não é um filme pornográfico nem uma comédia provocativa de mau gosto: a adaptação do romance visa desencadear um certo efeito de choque, bem como contar a história de uma jovem de 18 anos que busca estabilidade e desafia deliberadamente seu ambiente.
A primeira cena pode enganar
Strand Releasing
Depois de um close muito inteligente, que a princípio parece uma parte das nádegas e acaba sendo uma perna, Helen Memel (Carla Juri), de 18 anos, caminha pela água suja de um banheiro público, inspecionando um assento de vaso sanitário repugnantemente sujo. É assim que começa Wetlands – e para deixar claro desde já, a adaptação cinematográfica do livro também contém várias cenas repugnantes envolvendo fluidos corporais e orifícios.
No entanto, o primeiro close enganoso já mostra: o filme não é o que se poderia esperar dele, ou pelo menos não só isso. Assim como no romance de Charlotte Roche de 2008, todos os tipos de detalhes relacionados às funções corporais estão em exibição aqui. A provocação resultante, no entanto, tem mais como objetivo quebrar tabus sociais.
Além disso, Roche e o diretor David Wnendt levam Helen a sério. A protagonista é uma jovem – bastante egocêntrica – que busca apoio familiar e se sente enojada por uma sociedade que não consegue lidar com seu próprio corpo sem vergonha.




