Lançado em 1986 nos Estados Unidos, foi o início de toda uma franquia de animação.
Em meados dos anos 80, a Disney lançou As Peripécias de um Ratinho Detetive, um filme que resgatou a Disney da falência e iniciou a etapa da Renascença da companhia. É uma grande história que merece um tema à parte e que hoje não trataremos porque vamos nos concentrar em An American Tail – no Brasil, Fievel – Um Conto Americano -, outra animação que estreou apenas quatro meses depois e que é um desses títulos que parece da Disney, mas não é.
O filme conta a história de Fievel, um rato cuja família foi perseguida por gatos na Rússia, e se viu obrigado a fugir do país para embarcar em um navio e se estabelecer no novo mundo: os Estados Unidos. Uma história comovente que arrasou nas bilheterias, alcançando 84 milhões de dólares (a partir de um orçamento de 9) e que se tornou uma franquia. Nos anos posteriores, foi lançada uma sequência, uma série de televisão e duas sequências diretas para vídeo.
Há uma explicação para seu sucesso e é que contava com Steven Spielberg como produtor. Se o filme de Fievel é tão emotivo é porque serve como homenagem aos próprios avós de Spielberg, que haviam abandonado a velha Europa para tentar a sorte nos Estados Unidos.
A produção começou em 1984 como uma colaboração entre Spielberg, o diretor Don Bluth e a empresa Universal. Bluth é mais conhecido por Em Busca do Vale Encantado (1988) e Anastasia (1997), mas Spielberg também era fã do que ele havia feito em A Ratinha Valente (1982) e pediu que ele “fizesse algo bonito” como o que fez naquela ocasião.
Como dizemos, Fievel foi inspirado na vida dos avós de Spielberg. De fato, uma das cenas mais emotivas vem diretamente de uma história que contavam ao diretor quando pequeno. Seu avô lhe dizia que os judeus só podiam escutar as lições através das janelas quando estas estivessem abertas, então muitas vezes se sentavam do lado de fora – mesmo com mau tempo e neve – para escutar o que diziam. É o mesmo que faz o protagonista quando olha uma sala de aula cheia de ratos americanos.
Amblin Entertainment
O filme foi um sucesso porque jogou com as emoções de nossos pais
Com este grupo de talentos na criação, não é estranho que Fievel tivesse grande sucesso. Não só tomou as vivências pessoais do produtor, mas quis jogar com a nostalgia de nossos pais para atraí-los às salas de cinema.
A equipe da Amblin Entertainment buscou um estilo de animação que se aproximasse mais da Disney na década de 40. Ou seja, que fossem mais suaves e ternos. A crítica gostou e elogiou amplamente esta decisão, mas quem mais se entusiasmou foram os pais, que se interessaram por este filme que se afastava de um estilo mais moderno e lhes lembrava os filmes de sua infância. Foi assim que chegou aos 84 milhões de dólares de arrecadação e criou sua própria franquia.
Cinco anos depois, estreou uma nova aventura de Fievel, desta vez ambientada no Velho Oeste. Depois de abordar a história da imigração americana no primeiro episódio, esta animação voltou ao tema da conquista do Oeste no século XIX nos Estados Unidos. Embora Steven Spielberg tenha retornado ao papel de produtor, Don Bluth não pôde retomar a direção, já que estava ocupado com a filmagem de Chantecler – O Rei do Rock.




