“É o começo do fim. O começo do fim da minha luta contra o câncer”, disse Laís Carvalho, ao descrever o momento em que finalmente iniciou o transplante de medula óssea, o procedimento que pode lhe trazer a tão sonhada cura. Aos 32 anos, Laís, natural de Recife e residente em Fortaleza, enfrentou não apenas o Linfoma de Hodgkin em estágio avançado, mas também a burocracia e as barreiras impostas pelo plano de saúde.
Diagnosticada em abril de 2023 com linfoma, Laís passou por diversas fases de tratamento, incluindo quimioterapia e imunoterapia, até que chegou ao estágio de realizar o transplante. Contudo, o processo foi marcado por batalhas judiciais contra o plano LIV Saúde.
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“Eles me acusaram de doença preexistente, mesmo eu tendo contratado o plano em março e descoberto o câncer em abril. Foi uma luta exaustiva para provar que eu tinha direito ao tratamento”, disse Laís.
A primeira fase do transplante, realizada no Hospital São Camilo, em Fortaleza, foi concluída recentemente. No dia 6 de janeiro, Laís foi internada para mobilizar e coletar suas células-tronco.
“Foi um processo intenso. Fiz quimioterapia para que a medula se soltasse e as células fossem para a corrente sanguínea. Depois, fiz a coleta, que durou cerca de seis horas. Graças a Deus, conseguimos a quantidade necessária para o transplante “, contou.
Após essa etapa, Laís recebeu alta e está em casa, em um período de recuperação antes de enfrentar a fase mais delicada: a quimioterapia em alta dosagem e a infusão da medula.
“Agora, estou na pausa, que dura de 7 a 10 dias. Esse momento é para me nutrir bem e me preparar para o próximo passo. Sei que será difícil, mas confio muito na equipe médica e em Deus. Eu acredito que vai dar tudo certo”, ressaltou.
Jovem teve de enfrentar batalha judicial contra plano de saúde
Para chegar até o momento de iniciar o transplante de medula óssea, Laís teve que enfrentar uma batalha judicial contra o plano de saúde, que inicialmente negou tanto o transplante quanto exames fundamentais, como o PET-CT.
Ela conta que foi chamada à sede do plano e pressionada a assinar um termo admitindo a doença preexistente. “Eles me colocaram em uma sala com duas pessoas dizendo que, se eu não assinasse, o plano poderia rescindir o contrato e eu ficaria sem assistência. Eu estava frágil emocionalmente, acabando de sair de quimioterapias. Chorando, acabei assinando”, contou.
Com ajuda de um advogado especializado, Laís conseguiu reverter a situação na justiça. Porém, mesmo após liminares favoráveis, o plano ainda demorou para cumprir as ordens judiciais.
Durante esse tempo, Laís precisou buscar ajuda por meio de vaquinhas e rifas para arcar com tratamentos de alto custo, como a imunoterapia, pois cada dose custava R$ 40 mil.
A autorização do plano de saúde para o transplante chegou no dia 23 de dezembro. “Foi o maior presente que eu poderia receber. Depois de tanta luta, quando recebi a ligação confirmando a internação, eu chorei de alívio. A partir dali, eu sabia que minha luta estava perto de acabar”, destacou.
A próxima internação, para a segunda fase do transplante, pode durar até 30 dias. “A minha médica já avisou: é preciso estar preparada para um mês no hospital, pois depende de como o organismo vai reagir. Mas eu estou confiante. Quero sair desse transplante curada, pronta para viver muitos anos e ajudar outras pessoas que enfrentam a mesma batalha.”
Com uma taxa de cura estimada em 85% para quem realiza o transplante de medula, Laís enxerga nessa chance um recomeço. “Não foi fácil chegar até aqui, mas desistir nunca foi uma opção. Lutei pela minha saúde, pelo meu direito e pela minha vida. Agora, vejo uma luz no fim do túnel, e ela está cada vez mais próxima “, destacou.
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