O mau desempenho do ator no início dos trabalhos fez com que o diretor Jorge Fernando cancelasse as gravações.
Os bastidores das novelas são repletos de histórias curiosas que o público nem sempre fica sabendo. Brigas entre colegas de elenco, abandonos de papéis, demissões e até afastamentos por indisciplina já rolaram nos corredores da TV Globo.
Na segunda versão de Ti-Ti-Ti, que estreou em julho de 2010, por exemplo, Murilo Benício enfrentou um verdadeiro problemão ao interpretar o estilista espanhol Victor Valentim – e até sua amiga e parceira de cena, Claudia Raia, foi parar no meio da história.
Na época, o personagem exigia um desafio extra: falar um espanhol fajuto. Mas, no início das gravações, Benício não conseguia acertar o tom de jeito nenhum. Diante disso, o saudoso diretor Jorge Fernando decidiu cancelar uma gravação, alegando o mau desempenho do ator como o rival de Jacques Leclair (Alexandre Borges). Um banho de água fria!
TV Globo
“O espanhol foi uma dificuldade. A gente tinha que encontrar uma forma dele falar um espanhol que você sabe que não é, entende meio português, mas que possa parecer um espanhol para os outros que estão ouvindo”, explicou Murilo no podcast Novela das Nove, do Gshow.
O intérprete do costureiro ainda contou que, após o cancelamento da gravação, Claudia Raia, que interpretava a perua Jaqueline na trama, ficou com pena dele e lhe ofereceu apoio.
“Até eu achar isso, o Jorginho cancelou o primeiro dia de estúdio porque a gente começou a fazer e foi ficando tão ruim, eu estava tão nervoso […] Não foi fácil fazer,, a gente passa por cada uma… Eu lembro que eu sai de lá e Claudia Raia ficou com pena de mim e falou assim: ‘E agora, o que você vai fazer?’, relembrou o ator, aos risos.
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Murilo também revelou que a insegurança o abalou profundamente naquele início: “Quando eu erro ou sinto que estou errando, fico com vergonha de receber o salário no final do mês. Então, eu lembro da dificuldade que foi fazer no começo. É uma coisa que marcou muito.”
Mas, depois do susto inicial, Benício conseguiu contornar a situação com o andamento das gravações. “Depois foi. Você se acostuma, começa a ficar confortável no que está fazendo e começa a brincar. E aí, depois, foi uma diversão, uma delícia fazer. Foi um sucesso”.
Uma grande responsabilidade
Desde o convite para viver Ariclenes/Victor Valentim na obra assinada por Maria Adelaide do Amaral e Vicent Villari, o ator sabia que não seria uma tarefa fácil. Afinal, reviver um personagem tão conhecido – que fez sucesso na primeira versão de Ti-Ti-Ti, na década de 1980, na pele do querido Luis Gustavo – foi uma baita responsabilidade.
“Foi uma aceitação imediata, mas eu também fiquei tenso. Por exemplo, quando eu faço uma coisa que já foi feita, eu não gosto de ver a primeira versão porque acho que aquilo pode me intimidar de alguma forma. Então, eu prefiro não ter referência”, confessou.
Eu fiquei com essa preocupação porque, apesar de ter sido anos atrás, era muito fresca na minha memória o Tatá [apelido de Luis Gustavo] fazendo o Victor Valentim. Eu fiquei com medo, foi uma das novelas que eu mais tive medo de fazer
E deu muito certo! O remake, que combinou duas obras originais de Cassiano Gabus Mendes, Ti-Ti-Ti (1985) e Plumas e Paetês (1980), foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, tornando-se um sucesso no horário das sete.
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