Marcou o retorno de Ralph Bakshi ao cinema depois de quase uma década.
No início da década de 1990, Brad Pitt ainda não tinha o currículo necessário para se apresentar ao mundo como o astro que é hoje. Ele vinha de um papel pequeno, mas fabuloso, em Thelma & Louise e estava a alguns anos de filmar Entrevista com o Vampiro e Seven – Os Sete Crimes Capitais, mas, entre suas experiências com todos os tipos de projetos, ele se deparou com aquele que talvez fosse o mais desafiador de todos.
Mundo Proibido marcou o retorno cinematográfico de Ralph Bakshi após quase uma década na televisão. O animador já havia se destacado no nicho pouco conhecido das animações adultas, com filmes como Fire and Ice e Wizards, e até mesmo a primeira adaptação de O Senhor dos Anéis antes da trilogia de Peter Jackson.
Paramount
Era uma filmografia que refletia seu talento único, o que, combinado ao carisma de Pitt e um formato que misturava animação e live-action, poderia ter produzido um filme interessante. As ambições de Bakshi certamente iam nessa direção: ele queria fazer o primeiro longa de animação para maiores e pretendia alcançá-lo com um filme de terror. Uma história de sexo e paternidade monstruosa que supostamente conquistou a Paramount desde o início.
Mas, aparentemente, não muito. Uma vez com o projeto em mãos, o estúdio não perdeu tempo em reescrevê-lo sem o consentimento de Bakshi. Embora o diretor tenha permanecido no projeto até o fim, foi uma luta constante para ele lidar com todas as mudanças que a Paramount queria fazer. Assim, o filme acabou sendo um noir incompreensível que carecia da audácia do original. O objetivo principal era adaptá-lo para um público mais jovem, algo difícil de acreditar quando se vê o produto final, pois ainda é um filme repleto de detalhes adultos e bastante sexualmente sugestivo.
Nada funcionou. Nem o marketing, nem a controvérsia atraíram o público e a bilheteria foi desastrosa (apenas US$ 14 milhões contra um orçamento de US$ 30 milhões), e o projeto também não conseguiu convencer ninguém artisticamente. Até hoje, o filme permanece com péssimas avaliações, tornando-se de longe o pior título da carreira de Brad Pitt – abaixo até mesmo de outros filmes esquecidos como Johnny Suede.
