Fortaleza: o tabuleiro macabro de War das facções cariocas
A ação ainda deixou um adolescente de 17 anos ferido. Conforme apurou a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas do Interior Sul (Draco Sul), o crime foi uma retaliação de integrantes do PCC a um atentado ordenado pela Massa Carcerária.
Foi identificado que Cícero Diego Vitorino Fialho, conhecido como Birrão, ocupa posição de comando na Massa Carcerária do bairro Timbaúbas. Ele, que foi um dos presos, confessou que, um dia antes do crime, havia determinado que João Felipe Bezerra Martins, o “Trakinas” ou “Neguim da Pala” — outro preso —, efetuasse disparos contra a casa de dois integrantes do PCC.
Essa dupla, disse Cícero Diego, havia chegado recentemente ao bairro Timbaúbas querendo “tomar sua área”. Ele ainda disse que “já havia tido algumas ‘sugestas’ (por parte desses membros do PCC) fazendo menção a mostrarem arma para seu pessoal, no bar (onde o crime foi registrado)”.
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De acordo com Cícero Diego, o bar onde ocorreu o triplo homicídio era um ponto de venda de drogas da Massa Carcerária e que, por isso, como os rivais não sabiam onde ele se escondia, o estabelecimento foi definido como o local do atentado para vingar a ação do dia anterior.
Citando as mortes de duas crianças de 10 e 12 anos, além do assassinato de Patrícia Andrade do Nascimento, de 27 anos, Cícero Diego classificou o atendo como uma “covardia”.
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“(Cícero Diego) afirma que não imaginava que eles tivessem coragem de fazer isso e que, quando mandou (João Felipe) efetuar os disparos na casa (…), não pensava que eles fossem capazes de praticar uma atrocidade dessas”, consta no depoimento que ele prestou à Polícia Civil.
Cícero Diego ainda declarou que tomou conhecimento que o adolescente – que foi baleado durante a ação – só sobreviveu por se fingir de morto. E que, após atirarem contra as quatro vítimas, os criminosos ainda efetuaram disparos contra um cachorro que estava no bar.
Com Cícero Diego e João Felipe, foram presos outros três homens que seriam integrantes da Massa: Wellington Bastos de Souza, conhecido como Daburá; Diogo Hermínio Soares Grangeiro, conhecido como Japa; e Cícero Diogo Menezes da Silva Alves.
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Já os suspeitos presos por envolvimento no triplo homicídio foram identificados como: Heberton Martins Lopes e Alisson Henrique Xavier. Eles teriam praticado o crime ao lado de dois adolescentes.
Auto de Prisão em Flagrante (APF) aponta que eles chegaram ao bar onde a ação foi registrada em um carro modelo Fiat Uno de cor vermelha, que tinha vidros e película fumê e não tinha calotas nas rodas.
Com essa descrição, os policiais chegaram até Heberton, que afirmou que trabalhava como motorista de aplicativo e que deixou passageiros nas proximidades do local onde o triplo homicídio foi registrado, tendo ouvido barulhos de tiros depois. Já Alisson Henrique confessou envolvimento com o crime.
O triplo assassinato ocorreu por volta das 22h40min na rua João Paulo I, no bairro Timbaúbas. Na ação, morreram: Patrícia Andrade do Nascimento, de 27 anos; a filha dela, Maria Alice Andrade Vieira, de 10 anos; e Maria Cícera Isabel dos Santos Silva, de 12 anos, filha da dona do bar onde o crime ocorreu.
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