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Collor e o passado com PC Farias: uma trajetória marcada por escândalos até a prisão

Brasília, 2025 – A história política de Fernando Collor de Mello é inseparável dos escândalos que abalaram a jovem democracia brasileira nos anos 1990. De símbolo da “modernidade” à queda espetacular por corrupção, Collor protagonizou episódios que ainda ecoam na memória do país. Agora, com sua recente prisão, seu nome volta às manchetes, resgatando um passado conturbado que começou, em grande parte, com seu aliado mais famoso: Paulo César Farias, o PC Farias.

A ascensão meteórica

Fernando Collor iniciou sua carreira política como prefeito de Maceió e, depois, governador de Alagoas. Jovem, carismático e com uma imagem de “caçador de marajás”, ele conquistou o apoio popular em uma época de descrédito com a velha política. Em 1989, venceu a primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.

Collor prometia modernizar o Brasil e combater privilégios. Contudo, os bastidores da campanha eleitoral já estavam marcados pela atuação de PC Farias, seu tesoureiro, que viria a ser peça central no maior escândalo do seu governo.

O esquema PC Farias

Durante o governo Collor, PC Farias montou um esquema sofisticado de captação de recursos ilegais através de extorsão de empresários e tráfico de influência, tudo para benefício pessoal e também para financiar luxos da família presidencial. O escândalo veio à tona em 1992, impulsionado por denúncias do próprio irmão de Collor, Pedro Collor de Mello.

A explosão das denúncias mobilizou o país. O movimento dos “Caras-Pintadas”, formado por estudantes, tomou as ruas exigindo a saída do presidente. Pressionado, Collor sofreu um processo de impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados e confirmado pelo Senado. Ele renunciou na tentativa de evitar a cassação, mas foi julgado e teve seus direitos políticos suspensos por oito anos.

O retorno político

Após o ostracismo, Collor voltou à política nos anos 2000, sendo eleito senador por Alagoas em 2006. Tentou reabilitar sua imagem, atuando em diversas frentes e aliando-se a diferentes governos, da esquerda à direita. Apesar da sombra do passado, conseguiu manter influência no Senado por vários mandatos.

A nova queda

Entretanto, a marca dos escândalos nunca o deixou completamente. Collor foi novamente alvo de investigações no âmbito da Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os processos se arrastaram até que, em 2023, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 8 anos e 10 meses de prisão por envolvimento em desvios na BR Distribuidora.

Agora, em 2025, Collor foi finalmente preso para cumprir a pena, encerrando (ou ao menos pausando) uma trajetória política que começou com promessas de renovação, mas foi minada pela repetição de velhas práticas.

Um legado controverso

Fernando Collor de Mello representa, para muitos, o exemplo de como o poder no Brasil muitas vezes se sustenta em estruturas frágeis e vulneráveis à corrupção. Sua história, marcada desde o início pela figura de PC Farias, é uma advertência sobre a necessidade de vigilância constante sobre as promessas de “nova política” e as tentativas de reescrever o passado.

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