Ciro Gomes tem intensificado articulações internas no PDT para que o partido deixe a base do governo Lula. A movimentação ocorre nos bastidores e tem ganhado força com a possível saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência Social — nome indicado pela legenda. Para Ciro, o apoio ao governo petista é incompatível com o projeto político do PDT.
Apesar disso, o cenário é complexo dentro da sigla. No Ceará, o senador Cid Gomes — irmão de Ciro — integra a base do governo estadual, liderado pelo PT. Ainda assim, Cid afirmou recentemente que, no cenário nacional, tende a seguir o posicionamento de Ciro em favor do rompimento com o governo Lula.
A declaração de Cid, no entanto, contrasta com a posição de outras lideranças do PDT. O deputado federal André Figueiredo, um dos principais nomes da legenda na Câmara, se manifestou contra o afastamento do partido do governo federal. Figueiredo é defensor da permanência do PDT como aliado do Planalto, destacando a importância da governabilidade e da manutenção de espaços estratégicos na Esplanada.
Atualmente, o PDT conta com três senadores e 17 deputados federais, sendo considerado um dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. A possível reconfiguração da posição do partido pode ter impacto direto nas votações e nas alianças futuras, tanto em nível federal quanto estadual.