Parlamentares classificam texto como “absurdo” e “vergonhoso”; resultado aumenta crise política após aprovação na Câmara
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade, nesta quarta-feira (24.set.2025), a Proposta de Emenda à Constituição 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem. O texto buscava ampliar a proteção de parlamentares investigados por crimes comuns, mas foi considerado um risco para o fortalecimento da impunidade no país.
O relator Alessandro Vieira (MDB-SE) foi categórico ao recomendar a rejeição integral. Em seu parecer, classificou a proposta como “absurda” e “vergonhosa”, afirmando que sua aprovação “abriria as portas do Congresso para o crime organizado”.
A votação seguiu a mesma linha: todos os integrantes da CCJ acompanharam o relator, sem registrar divergências. O presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), pautou o projeto como primeiro item da reunião com a intenção declarada de “sepultar de vez” a PEC.
A decisão ocorre em meio à forte pressão popular contra a medida, que já havia gerado protestos em mais de 20 capitais. Especialistas e entidades de combate à corrupção também vinham alertando para os riscos do texto, aprovado anteriormente pela Câmara dos Deputados.
Com o resultado, a PEC da Blindagem perde tração política e dificilmente encontrará espaço para avançar no plenário do Senado. O episódio amplia o desgaste da Câmara, que agora enfrenta questionamentos sobre a tentativa de flexibilizar as regras de responsabilização de seus membros.