Essas estrelas ficaram marcadas nos corações dos fãs, mas tiveram partidas trágicas e precoces.
Conquistar espaço no universo da atuação não é uma tarefa fácil, mas algumas crianças conseguem se destacar desde cedo com seu notável talento. Na teledramaturgia brasileira, não são poucos os casos de atores mirins que conquistaram o carinho do público e deixaram sua marca em telenovelas, séries e minisséries de sucesso.
Enquanto nomes como Maisa, Larissa Manoela e Mel Maia seguem colhendo os frutos de carreiras iniciadas ainda na infância, outros jovens promissores desistiram de tudo – ou, pior, tiveram suas trajetórias interrompidas de forma precoce. Muitos desses talentos partiram cedo demais, deixando memórias que permanecem vivas no coração dos fãs.
A seguir, relembre a história de 9 atores mirins que, infelizmente, faleceram ainda muito jovens.
Fernando Almeida
Divulgação/TV Globo
Fernando Almeida fez sua estreia em novelas em 1980, aos seis anos de idade. Anos depois, destacou-se em produções como Livre Para Voar (1984), Sinhá Moça (1986) e O Outro (1987). Em 1988, veio o grande papel de sua carreira: o garoto de rua Gildo, da versão original de Vale Tudo, que acaba sendo acolhido por Raquel (Regina Duarte).
Após esse sucesso, o ator ainda participou de outras novelas da emissora, mas, depois de A Padroeira (2001), nunca mais foi escalado para outro personagem na televisão. Segundo amigos, isso o levou a um quadro de depressão e a dificuldades financeiras.
Em 2004, aos 29 anos, Fernando foi a um baile funk no Rio de Janeiro e, segundo relatos, teria se envolvido em uma briga por causa de uma mulher. Pouco depois, foi assassinado a tiros.
Caio Junqueira
Divulgação/Márcio de Souza/TV Globo
Caio Junqueira estreou nas telinhas em 1985, aos oito anos, no sitcom Tamanho Família, da extinta Manchete. Após essa experiência, migrou para a TV Globo, onde participou da série Armação Ilimitada (1986) e de outras produções, como Barriga de Aluguel (1980), Hilda Furacão (1998), Um Anjo Caiu do Céu (2001) e Desejo Proibido (2007).
Em 2007, o ator se consagrou no cinema com o filme Tropa de Elite e, depois disso, realizou alguns trabalhos na Record TV, como a série policial A Lei e o Crime (2009), a novela Ribeirão do Tempo (2010) e a minissérie José do Egito (2013).
Caio Junqueira faleceu em janeiro de 2019, aos 42 anos. Ele sofreu um grave acidente de carro no Rio de Janeiro, passou por cirurgias, mas não resistiu aos ferimentos.
Rafael Miguel
Reprodução/SBT/Instagram
Na infância, Rafael Miguel ficou conhecido pelo comercial de TV em que fazia um escândalo no supermercado para convencer a mãe a comprar brócolis. Em 2006, estreou como ator na minissérie JK, da TV Globo, e, no mesmo ano, atuou em Cristal, do SBT, e Pé na Jaca, da emissora carioca. Mas o sucesso veio mesmo na segunda versão de Chiquititas, em 2013.
Aos 22 anos, em junho de 2019, Rafael Miguel e seus pais foram assassinados em um crime que chocou o Brasil. O autor do triplo homicídio foi Paulo Cupertino Matias, pai da namorada do ator, que os abordou quando chegavam à casa da jovem para conversar sobre o relacionamento. Recentemente, Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão.
João Rebello
Divulgação/TV Globo/G1
João Rebello era sobrinho do saudoso diretor de novelas Jorge Fernando, falecido em 2019. Sua estreia na TV foi cedo: aos sete anos de idade, em Cambalacho (1986), onde dividiu a cena com Fernanda Montenegro. Daí para frente fez Bebê a Bordo (1988), Vamp (1991) e Deus nos Acuda (1992). Seu último trabalho foi em Zazá (1997).
Em outubro de 2024, sua trajetória foi tragicamente interrompida. Aos 45 anos, João foi assassinado a tiros após, supostamente, ser confundido com um criminoso em Trancoso, famoso destino turístico do sul da Bahia, onde o ex-ator mirim vivia e trabalhava como DJ.
Daniel Lobo
Reprodução/TV Globo/Nise da Silveira
Daniel Lobo interpretou o menino Pedrinho na primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo na TV Globo, entre 1985 e 1986. Depois, atuou em produções como Bambolê (1987), Desejo (1990), Esperança (2002) e Beleza Pura (2008), sua última novela. Ele também fez a série Confissões de Adolescente e estrelou diversas peças de teatro.
Em 2016, após sentir uma forte coceira, Daniel passou por exames e foi diagnosticado com câncer no intestino em estágio avançado. Apenas cinco semanas depois, faleceu aos 43 anos.
Aron Hassan
Reprodução/TV Globo
Em De Corpo e Alma (1992), trama marcada pelo trágico assassinato de Daniella Perez, filha da autora Gloria Perez, o ator mirim Aron Hassan interpretou o personagem Júnior, filho de Bia (Maria Zilda Bethlem) e Caíque (José Mayer). Ao longo da história, descobre-se que o menino havia sido trocado na maternidade.
Infelizmente, após a novela, Aron não conseguiu novas oportunidades na televisão e passou a viver longe dos holofotes. Em abril de 2007, aos 25 anos, faleceu vítima de um câncer no fígado.
Bruno Moreira
Divulgação/TV Globo/Instagram
Bruno Moreira foi o inesquecível bebê Carlinhos na novela Barriga de Aluguel (1990), alvo da disputa entre Clara (Cláudia Abreu) e Ana Lúcia (Cássia Kis) ao longo da trama. Essa foi sua única e marcante aparição na televisão.
Na vida adulta, passou a trabalhar como motorista de aplicativo e, em junho de 2022, aos 31 anos, foi assassinado a tiros por assaltantes enquanto estava em seu carro. Na época, Gloria Perez, autora de Barriga de Aluguel, lamentou o ocorrido: “E chega essa notícia triste. Assalto. Bruno não reagiu, e mesmo assim atiraram nele. Sem palavras.”
Millena Brandão
Reprodução/Instagram
Millena Brandão ficou conhecida por seu trabalho na novela A Infância de Romeu e Julieta (2023), do SBT. Além disso, a jovem atriz participou da série Sintonia, da Netflix, e também atuava como modelo e influenciadora. Em suas redes sociais, compartilhava momentos da rotina e registros de seus trabalhos para mais de 130 mil seguidores.
Em maio deste ano, aos 11 anos, Millena foi internada com um quadro de dengue. No entanto, exames revelaram uma massa de cinco centímetros em seu cérebro. A atriz sofreu 12 paradas cardíacas em 24 horas e, infelizmente, não resistiu.
Fernando Ramos da Silva
Divulgação/Getty Images
Fernando Ramos da Silva virou ator ao ser escolhido para interpretar o personagem-título no premiado filme Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980), dirigido por Héctor Babenco. Depois disso, participou da novela O Amor é Nosso (1981), da Globo, e atuou em mais alguns filmes.
Após Gabriela Cravo e Canela (1983), no entanto, ele não conseguiu novas oportunidades e retornou à sua cidade natal Diadema, na Grande São Paulo. Tempos depois, acabou se envolvendo com o mundo do crime e foi peso duas vezes: por assalto e porte ilegal de arma.
Em 1987, com apenas 19 anos, Fernando trocou tiros com policiais após um suposto assalto e acabou não resistindo aos ferimentos. No entanto, os agentes envolvidos alteraram a versão da ocorrência mais de uma vez e ainda prejudicaram as investigações ao trocar as armas utilizadas na ação. Embora tenham sido condenados, jamais foram presos.




