Remakes de clássicos da infância continuam sendo uma tendência incontrolável em Hollywood, tanto é que a Netflix oferece uma aventura muito especial.
Branca de Neve, O Rei Leão e Lilo & Stitch. Consegue ver o que todos esses filmes da Disney têm em comum? São histórias infantis que ganharam remake nos últimos anos. Ocasionalmente, esses filmes tomam novas direções, como a versão live-action de Mogli: O Menino Lobo, de Jon Favreau, que parece um pouco mais adulta. Mas há um filme que faz exatamente a mesma coisa — só que de uma maneira completamente diferente.
A lenda da captura de movimentos, Andy Serkis, assumiu a cadeira de diretor em 2018 com Mogli – Entre Dois Mundos. Sua interpretação ousa inovar, tanto artística quanto narrativamente. O resultado é uma aventura ousada e implacável, que não oferece conforto e te deixa irritado com uma reviravolta maliciosa — e você pode assistir na Netflix.
É disso que se trata Mogli – Entre Dois Mundos
Mogli (Rohan Chand) nunca conheceu seus pais. Eles morreram na selva quando ele ainda era um bebê, o que fez com que o pequeno fosse adotado e criado por uma dupla de lobos, sendo parte oficial da matilha com muitos irmãos e irmãs. Mas todos os dias ele se lembra de que não é um lobo. Falta-lhe velocidade, resistência e dentes.
Seus mentores e amigos Bagheera (Christian Bale) e Baloo (Serkis) o apoiam da melhor maneira possível, e a maioria dos outros animais o aceitou como parte da selva. Mas as diferenças se tornam mais perceptíveis a cada dia, à medida que Mogli cresce. Um dia, seu interesse pelas pessoas da vila ribeirinha desperta e de repente ele anseia por um mundo que nunca conheceu.
Mas o perigo espreita no mato, um governante da selva que tem sido uma pedra no sapato de Mogli por anos: Tiger Shir Khan (Benedict Cumberbatch). Ele tem contas a acertar com o garoto, chegando a segui-lo até a aldeia — e, de repente, inúmeras vidas estão em jogo.
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Uma interpretação completamente nova e poderosa
Mogli ostenta dois grandes pontos fortes: sua abordagem narrativa e seu estilo visual único. Ao contrário de versões mais conhecidas, a aventura em que o filme nos leva é sombria e nada diluída. Somos brindados com um conto de fadas sinistro na selva, repleto de maravilhas e perigos.
As coisas nem sempre terminam bem aqui. Nosso protagonista é confrontado com duras verdades, e o vilão Shere Khan se torna um monstro impulsivo, tão sinistro quanto identificável. Mogli é intransigente e os conflitos são profundos e reais. Mesmo assim, o filme permanece mágico. Isso se deve em grande parte ao seu visual.
Graças ao seu trabalho pioneiro em captura de movimento, Serkis tem uma compreensão particularmente boa de como a atuação deve se traduzir em personagens gerados por computador. Então, ele toma uma atitude ousada, mas eficaz: abandona a ideia de manter os personagens animais de Mogli: O Menino Lobo o mais fotorrealistas possível.
Os animais no mundo de Mogli são estilizados e inspirados em pinturas indianas. Seus traços faciais são humanizados e, portanto, incrivelmente expressivos. Isso impacta profundamente o destino dos personagens, aprofunda a conexão de Mogli com a selva e captura perfeitamente a atuação do brilhante elenco de dubladores, já que suas expressões faciais também são capturadas.
