Na novela de Ivani Ribeiro, até o paraíso tinha seus perrengues, e alguns atores chegaram a dizer que preferiam gravar no inferno. Veja as curiosidades!
Nos capítulos mais recentes de A Viagem (1994), a trama foi marcada por acontecimentos intensos e emocionantes. Após reencontrar Bia (Fernanda Rodrigues), Diná (Christiane Torloni) sofreu um ataque cardíaco fulminante e faleceu nos braços da sobrinha, enquanto Estela (Lucinha Lins) sentiu a partida da irmã, com quem mantinha uma forte conexão.
Então, epois de cumprir sua última missão na Terra e fazer a passagem, Diná chega bastante confusa ao céu, onde seu grande amor, Otávio Jordão (Antonio Fagundes), está à sua espera. Mas você sabia que o local não era tão mágico assim na vida real?
Diferente da clássica representação do céu com nuvens, luzes brancas e harpas angelicais, o “Nosso Lar” de A Viagem era, na verdade, uma imensa área verde que, apesar de bela, fez os atores e figurantes da novela passarem por alguns perrengues. Confira as curiosidades!
Céu cheio de espinhos
As cenas do céu de A Viagem forma filmadas em um campo de golfe em Nogueira, distrito da cidade serrana de Petrópolis (RJ). Retratado na novela como um lugar de paz, aprendizado e evolução espiritual, o lugar era, de fato, muito encantador. No entanto, havia um detalhe que as câmeras não mostravam: o campo era repleto de espinhos.
“Gravávamos em Petrópolis, temperatura amena. Mas sabe que não era tão fácil? O gramado era espinhoso, e a gente só podia andar descalço. Não tem sapato no paraíso”, revelou Guilherme Fontes, o intérprete de Alexandre, ao jornal Extra (ele passou um dia no céu).
Divulgação/TV Globo
O elenco do céu de A Viagem
Além de Christiane Torloni e Antônio Fagundes, gravaram no local os atores Rejane Goulart (Júlia, a primeira mulher de Otávio Jordão), Mylla Christie (Carlota), Kiko Mascarenhas (Daniel), Léa Garcia (Natália), Lafayette Galvão (André, pai de Otávio), entre outros.
R$ 8 para os figurantes
Além de encarar os espinhos, os figurantes de A Viagem ganhavam uma diária de apenas R$ 8, segundo reportagens da época. Vale lembrar que a trama foi ao ar logo após a implementação do Plano Real, com o salário mínimo estabelecido de R$ 70 (setembro de 1994).
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Uma matéria publicada pelo jornal O Globo naquele mesmo ano revelou ainda que muitos desses profissionais precisavam acordar de madrugada, por volta das 3h, para chegar ao set às 6h – tudo por causa da longa distância até o local das gravações. Haja força de vontade!
E o inferno de A Viagem?
Já o inferno fictício, mais conhecido como Vale dos Suicidas, foi gravado em uma pedreira desativada em Niterói (RJ). Miguel Falabella, o Raul da novela, revelou em entrevista ao livro Autores: Histórias da Teledramaturgia que o elenco de A Viagem torcia para que seus personagens, caso morressem, fossem para o inferno, já que a locação era mais perto.

Divulgação/TV Globo
O cenário representava um lugar perturbador e sombrio mas, apesar de ser mais acessível, tinha seus pontos negativos. Enquanto o céu era espinhoso, o inferno era muito quente.
“O inferno da ficção era mesmo um inferno. Muito quente, um calor desgraçado (risos). Era muito bem-feito, um pântano imundo, com fogo em volta, em uma pedreira em Niterói, com todos os efeitos disponíveis na época”, revelou Guilherme Fontes.
A Viagem é exibida de segunda a sexta-feira, a partir das 17h15 (horário de Brasília), na TV Globo. Além disso, todos os capítulos da novela, em sua versão original, também estão disponíveis para assinantes do Globoplay.