Embora Liam Neeson tenha se destacado inicialmente por meio de filmes históricos como A Missão, Michael Collins – O Preço da Liberdade, Rob Roy – A Saga de uma Paixão e, claro, A Lista de Schindler, o irlandês hoje é associado principalmente ao gênero de ação. Desde que fez sua estreia na saga Busca Implacável, em 2008, o ator parece ter se tornado especialista em interpretar o papel do exército de um homem só.
Mas em A Perseguição, disponível na HBO Max, Neeson não precisa lidar com terroristas, traficantes de pessoas ou mafiosos, mas sim com o poder implacável da Mãe Natureza. No emocionante filme de aventura, uma matilha de lobos famintos está à espreita, e a natureza gelada do Canadá não demonstra piedade!
É disto que se trata A Perseguição
Após treinar com sucesso as equipes de perfuração de uma grande empresa petrolífera no Alasca sobre a melhor forma de se protegerem de animais selvagens, John Ottway (Neeson) parte para casa de avião. No entanto, a aeronave cai durante uma nevasca. Presos na tundra gelada, os poucos sobreviventes não só lutam contra a fome e o frio, mas também são perseguidos por uma matilha de lobos!
Open Road Films
Desde os primeiros minutos, o filme libera uma densidade atmosférica que nunca deixa de impressionar. Inicialmente somos apresentados a uma aventura clássica de sobrevivência, que extrai muito de seu suspense da questão de como os humanos devem sobreviver em um ambiente inóspito. Mas problemas realmente grandes não demoram a aparecer.
A luta pela sobrevivência se entrelaça cada vez mais com elementos de horror animal, que são consistentemente entendidos como uma corrida contra o tempo. O diretor Joe Carnahan cria com maestria um cenário incrivelmente intenso e ameaçador, não apenas pelo imenso poder visual, mas também pelo magnífico design de som.
Além disso, Neeson entrega aqui uma de suas melhores atuações. Ele está magnífico como um caçador suicida que não tem mais nada a perder na vida, mas que, graças ao seu conhecimento e habilidades, é capaz de assumir a responsabilidade por si mesmo e pelos outros. Sua atuação, ao mesmo tempo contida e impulsiva, gradualmente leva a um espelhamento que aproxima o animal e o humano mais do que se poderia esperar.
Isso nos leva ao final, que não é apenas grandioso, mas também bastante ousado – e bastante incomum para um filme de gênero tão tradicional. Não há um choque obrigatório entre o bem e o mal aqui: em vez disso, o diretor deixa o público explorar suas próprias interpretações – o que, em última análise, confere a A Perseguição uma profundidade filosófica.




