Um estudo recente sobre o consumo de mídia dos jovens revelou que eles preferem ver e falar de filmes e séries com seus amigos acima de outras atividades.
Passamos a vida dizendo que as novas gerações já não se interessam por nada que tenha a ver com as mídias mais tradicionais e que, basicamente, seu consumo de conteúdo é aquele que lhes chega através das redes sociais. No entanto, embora seja inegável que as redes sociais absorvem uma grande parte do tempo de lazer e consumo de conteúdo audiovisual dos jovens, o relatório anual de “Adolescentes e telas” desenvolvido pelo Centro para Acadêmicos e Contadores de histórias da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) ofereceu uma informação bastante interessante a respeito dos interesses dos adolescentes e jovens em sua relação com as mídias.
O relatório deste ano se intitula “Be Real: Relatividade Sob Demanda” e foi gerado através de 1.500 pesquisas sobre hábitos e preferências de consumo de mídia realizadas com americanos entre 10 e 24 anos no mês de agosto passado. Uma amostra da Geração Z na qual se cuidou para que fosse um reflexo da população em termos de diversidade racial, étnica, de gênero, sexual, de capacidades, econômica e geográfica.
E a conclusão do estudo basicamente rompe com todos os estereótipos: a Geração Z quer ir ao cinema, falar de filmes e séries com seus amigos e se identificar com o que veem.
A Geração Z sim quer ir ao cinema
No site Variety, que teve acesso ao estudo, compartilhou algumas das conclusões interessantes do relatório, como que os jovens, pelo menos nos Estados Unidos, se sentem mais atraídos pelas mídias tradicionais do que se poderia esperar. Isto é: o consumo de cinema e televisão. Na verdade, segundo o estudo, 53% dos jovens americanos falam mais de filmes e séries com seus amigos do que do conteúdo que veem nas redes sociais.
Netflix
Na verdade, o conteúdo preferido pela Geração Z para curtir com amigos são os filmes, à frente dos videogames e shows. Segundo se extrai da pesquisa, “Ver um filme novo no cinema” seria a atividade principal do fim de semana escolhida pelos jovens – pelo segundo ano consecutivo -, se o fator custo não influenciasse na escolha.
Além disso, embora seu enraizamento nas redes sociais tenha dado lugar a algumas ideias preconcebidas sobre seu consumo, o que reflete o estudo da UCLA é que a Geração Z, como os millennials e gerações anteriores, querem ir ao cinema com seus amigos e compartilhar suas impressões.
57% dos entrevistados afirma ver mídias tradicionais (filmes e séries) mais do que as gerações anteriores supõem, mas o que sim muda é a forma como as veem: quase 80% dos entrevistados afirmou que às vezes, quase sempre ou sempre veem séries e filmes no YouTube ou TikTok, em vez de na televisão ou no cinema.
Que filmes e séries a Geração Z quer ver
Além disso, o estudo reflete as preferências da Geração Z, entre as quais se destaca um marcado interesse pela animação: a quantidade de adolescentes que prefere ver filmes e séries animados em relação aos de live action aumentou mais de seis pontos em relação ao estudo do ano passado – de 42% para 48,5% -, no qual já era elevado por si só. E não só acontece entre os espectadores mais jovens, mas quase 48% dos entrevistados entre 19 e 24 anos também preferem a animação.
Netflix
Por outro lado, 32% dos entrevistados deixaram clara sua preferência por ver histórias com as quais as pessoas se identificassem na tela, mais que histórias fantásticas ou aspiracionais; e os entrevistados em idades compreendidas entre 14 e 24 anos também mostraram preferência significativa pelas histórias sobre amizades – 59,7% quer ver mais conteúdo centrado na amizade; 54,1% em personagens que não estão interessados em relacionamentos românticos nesse momento; 54,9% em mais amizades de gêneros diferentes na tela; e 49% em mais amizades do mesmo gênero. Curiosamente, o romance ocupa o penúltimo lugar na lista de temas que os jovens queriam ver explorados na tela.
Em referência à representação dos relacionamentos amorosos na tela, 60,9% quer ver relacionamentos românticos que girem “mais sobre a amizade entre o casal que sobre o sexo”, sendo o sexo e o conteúdo sexual em geral um tema que não lhes interessa muito. Na verdade, 48,4% considera que há “muito sexo e conteúdo sexual na televisão e no cinema”, assim como suas respostas mostram cansaço diante dos relacionamentos tóxicos e triângulos amorosos.
Finalmente, o estudo perguntava sobre sua série ou filme favorito, situando-se entre os primeiros Stranger Things, Wandinha, Bob Esponja e Homem-Aranha.
