O ator ainda estava lutando para provar seu valor.
Agora celebramos cada papel em que Leonardo DiCaprio se envolve, mas não estão muito distantes os tempos de dúvida constante sobre seu talento. Era muito comentado que ele não passava de um ícone adolescente ou um rostinho bonito sem talento, e isso chegou a afetar tanto sua autoestima quanto a escolha de seus papéis.
A verdade é que no início de sua carreira pode ter havido razões para desconfiar, e até o próprio ator admite isso. Recém-saído do fenômeno cultural que foi Titanic, foi em uma tentativa de fazer algo totalmente diferente que DiCaprio enfrentou um dos papéis mais esquecidos de sua carreira. Em declarações para o The Standard em 2012 (via Far Out Magazine), ele tem palavras pouco elogiosas sobre O Homem da Máscara de Ferro.
“Dez minutos depois de colocar a máscara, eu queria bater minha cabeça na a parede de frustração. Eu a usei por um tempo até que se tornou parte de mim. Tive que lutar contra o impulso de coçar meu rosto. Eu poderia ter tido um ataque de nervos se tivesse que fazer um filme durante três meses e interpretar esse personagem, dentro e fora do set. Quando gritam ‘Corta’, eu saio. Quero fazer bobagens por aí”.
United Artists
Se houve algo que salvou DiCaprio neste momento era que apenas parte de seu trabalho consistia em interpretar o mascarado, a outra era fazer seu gêmeo, o rei Luís XIV da França. Um ou outro não pareceram convencer o público. Aquela foi a primeira e única vez em sua carreira que ele ganhou um Razzie de “pior casal do cinema” em referência aos irmãos.
O filme em si também não pareceu convencer, acumulando críticas bastante negativas. No Metacritic, acumula uma média de 49 sobre 100, com palavras duras de veículos como o Washington Post que sentenciavam: “Não há nada aqui pelo qual valha a pena ficar bravo ou especialmente emocionado”. No RottenTomatoes sua média é ainda mais baixa, com uma porcentagem de 33% de críticas positivas.
É verdade que DiCaprio voltou a levar para casa os lucros de bilheteria, mas é duvidoso que aquilo fosse encorajador para um jovem ator que estava passando por uma pequena crise. Com os anos, ele revelou que sua carreira imediatamente pós-Titanic foi emocionalmente difícil, em parte por se sentir sobrecarregado com sua fama e a objetificação que isso acarretava. “Eu quis parar de atuar por um tempo”, admitiu à BBC em 2007.
