Existem apenas alguns filmes que deixaram uma marca indelével na história do cinema, mas nem todos o fizeram pelo mesmo motivo. Hoje marca o 10º aniversário de um drama de guerra que marcou uma virada no cinema. O que ainda não tenho certeza é se foi para melhor ou para pior. Refiro-me a Beasts of No Nation.
O filme, escrito e dirigido por Cary Joji Fukunaga, tem a honra de ser o primeiro longa-metragem original da Netflix. Desde então, a plataforma aprimorou drasticamente sua produção cinematográfica (e nos deu alguns títulos altamente recomendados), mas, na época, foi uma jogada um tanto arriscada, pois foi investido 12 milhões de dólares por uma produção que, no papel, não era muito comercial.
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Mudando as regras
Além disso, a Netflix arriscou muito ao decidir lançá-lo nos cinemas e online simultaneamente, o que levou a um boicote das principais redes de cinema dos EUA por violar a janela de exclusividade de 90 dias. Isso afetou irreparavelmente o sucesso comercial de Beasts of No Nation, mas, em última análise, marcou o início de um modelo de exploração de Hollywood que não poderia mais ser revertido.
Baseado no livro de 2005 de Uzodinma Iweala, Beasts of No Nation nos leva a um país africano em guerra civil. Lá, acompanhamos a história de Agu, um soldado-mirim que perdeu a família e é manipulado e orientado nos costumes da guerra pelo Comandante, interpretado por Idris Elba.
Apesar de a Netflix ter lançado centenas de filmes desde então, Beasts of No Nation continua sendo um dos longas-metragens mais aclamados da plataforma. Prova disso é sua avaliação positiva de 91% no Rotten Tomatoes, enquanto sua média no Metacritic é de 79 de 100.
De minha parte, admito que Beasts of no Nation não me empolga muito, e eu não o incluiria entre os melhores filmes de guerra de todos os tempos. É um drama cru que se beneficia do trabalho notável de Fukunaga por trás das câmeras e do carisma de Elba, mas o filme acaba se tornando um tanto repetitivo e perdendo muito da força que demonstra nos primeiros minutos.
