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conheça a língua indígena mais falada no Ceará


O Tupi-nheengatu é a língua indígena mais falada no Ceará, de acordo com o Censo Demográfico 2022. Dados divulgados nesta sexta-feira, 24, mostram que os povos originários residentes no Estado falam pelo menos 51 línguas indígenas.

Ao todo, o Ceará tinha 873 indígenas com 2 anos ou mais que falavam ou utilizavam línguas indígenas em 2022, o equivalente a 1,6% do total da população de povos originários do Estado.

Originária da família linguística Tupi-guarani, a língua tupi-nheengatu é falada por 200 indígenas no Estado, segundo as informações do recenseamento. Isso representa 22,9% dos falantes. No Brasil, 13.070 pessoas são falantes da língua.

Para o professor de tupi-nheengatu, cacique Purumã Potyguara Wirawasu, o número de falantes deve ser ainda maior do que o registrado no Censo.

Escute a língua Tupi-nheengatu: 

Desde o início dos anos 2000, ativistas e pesquisadores indígenas dos povos Potyguara, Tabajara, Gavião e Tubiba-Tapuia trabalham na retomada linguística do nheengatu no Ceará.

Purumã explica que muitas palavras utilizadas na terra indígena Serra das Matas, localizada nos municípios de Monsenhor Tabosa e Tamboril, eram de origem tupi-nheengatu. No entanto, não havia uma disseminação sistematizada da língua.

A partir da pesquisa conduzida pela ativista Teka Potiguara, que ligou os termos usados no Ceará à língua nheengatu falada na região amazônica, aulas de tupi-nheengatu começaram a ser ofertadas na aldeia Mundo Novo, a 18 km da sede de Monsenhor Tabosa.

Nesse processo de resgate cultural, materiais didáticos de alfabetização na língua foram produzidos, brincadeiras e cantigas tradicionais foram traduzidas e professores foram formados para repassar a língua adiante.

No canal do Youtube mantido por Purumã, é possível ver registros de aulas da língua realizadas nos territórios indígenas da Serra das Matas. 

Tupi-nheengatu é língua cooficial de Monsenhor Tabosa desde 2021

“Através desse movimento, a gente construiu um projeto de lei junto com o vereador indígena Vicente Potyguara, buscando cooficializar a língua Tupi-nheengatu em Monsenhor Tabosa, pois já existiam muitos falantes ali”, conta o cacique.

Em 2021, o município reconheceu a língua como cooficial, algo inédito no Nordeste. Desde então, a luta continuou para a realização de um concurso para professor de língua indígena na cidade e a criação dos Agentes de Língua Tupi, que se deslocam pelos territórios dando aulas.

As aulas de tupi-nheengatu chegaram até a Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2023. “Em 2025, são mais de 150 alunos que estão tendo aula de língua tupi-nheengatu na Universidade Federal no curso Saberes Indígenas”, conta Purumã.

Fonte Matéria

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