+ Postagens

“O deserto nos ajudou a fazer este filme”: Elenco de Sirât passou sufoco e enfrentou tempestade nas filmagens (Entrevista) – Notícias de cinema

Entrevistamos as atrizes Stefania Gadda e Jade Oukid sobre Sirât, filme espanhol de abertura da Mostra de São Paulo 2025.

Retrato Filmes

Vencedor do prêmio do júri do Festival de Cannes, Sirât foi escolhido como filme de abertura da 49ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. As atrizes Stefania Gadda e Jade Oukid estiveram no Brasil e conversaram com o AdoroCinema sobre a produção representante da Espanha na disputa por uma vaga no Oscar 2026.

Em Sirât, Luis (Sergi López) e seu filho Esteban (Bruno Núñez Arjona) viajam até Marrocos para uma rave no meio do deserto, buscando sua filha e irmã que desapareceu meses atrás em outra dessas festas. Eles distribuem a foto da jovem pelos festeiros que se movem ao som da música eletrônica e com uma liberdade que desconhecem. Os dois decidem seguir um grupo que está a procura de uma última festa que acontecerá no meio do deserto, mas a jornada os obriga a confrontar os próprios limites.

“O deserto nos ajudou a fazer este filme”: Assim foram as filmagens intensas de Sirât

Retrato Filmes

A narrativa de Sirât é de um road movie pelo deserto e as montanhas de Marrocos. Stefania Gadda revela que as filmagens levaram dois meses e uma semana. “Passamos cinco semanas no Marrocos, e o resto veio de Zaragoza e Teruel [cidades da Espanha]”.

Essa paisagem foi fundamental para que a história de Sirât fosse contada de forma honesta e impactante, mas a experiência nos bastidores não foram nada fácil para a equipe.

Tudo aconteceu conosco, relembra Gadda. “No deserto estava incrivelmente quente, e não só isso, também havia poeira, areia, e fomos pegos por uma tempestade. Há uma parte do filme em que não é um ventilador soprando ar, é uma tempestade de verdade. Aconteceu, e é claro que eles aproveitaram. Quando a natureza chega, você tem que aproveitar”. Segundo a atriz, Marrocos pode ser visto como “outro personagem neste filme”.

Foi difícil por causa do clima, mas sempre que me sentia mal, olhava para a paisagem ao redor e me ajudava. Eu sentia como se você fizesse parte daquilo. Então, eu estava suada, cansada, meu rosto estava tenso, mas era o que eles estavam pedindo. O deserto nos ajudou a fazer este filme

Uma jornada física e espiritual pelo deserto

Retrato Filmes

Sirât é uma palavra árabe que significa “caminho” e, no filme de Óliver Laxe, conversa diretamente com a jornada física e espiritual dos personagens pelo deserto em um mundo caótico de guerra e destruição. Na busca por sentido, a dança os faz transcender.

“Dançar é algo que vem dos tempos antigos. Na história da raça humana, a dança é mágica e era usada mais para realmente transcender, e é um pouco como o que acabamos fazendo”, explica Stefania Gadda. Nos encontramos em um terreno baldio, damos uma festa, dançamos e nos sentimos como um só, compartilhando algo especial, e essa é outra coisa que nos falta. Hoje, as pessoas querem se encaixar e não sabem por onde começar. Esquecemos disso”.

Acho que esse filme faz você ver ainda mais uma maneira diferente de fazer as coisas, uma maneira alternativa de fazer as coisas, e isso não significa que seja melhor ou pior, mas tem uma certa empatia, sim, e há muito amor por trás dessa vida alternativa

O filme também se mostra urgente com suas temáticas e comentários políticos sobre guerras e conflitos atuais. “Gosto que se fale de guerra porque há uma guerra”, ressalta Gadda. “Há um genocídio no mundo agora e há uma guerra na Ucrânia e muito mais. É por isso que, sim, falamos sobre isso. Certo? Porque precisamos falar sobre isso. E então estou muito feliz por ter participado deste filme porque uma das coisas que, embora não seja muito clara, não é muito parecida com a primeira posição deste filme, é a Terceira Guerra Mundial. Você pode sentir o cheiro de que a guerra está chegando e pode ver nossa reação a ela”.

“Óliver escreveu o roteiro entre 12 e 8 anos atrás. Já em guerras, sempre em guerras. Mas o que me impactou foi que este filme é muito místico, algo muito místico também aconteceu conosco durante as filmagens e continuará acontecendo, certo? E, novamente, este filme é lançado em um momento no mundo em que precisa ser lançado”, completa Jade Oukid.

Assistimos Sirât na 49ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e você pode conferir nossa crítica aqui no AdoroCinema.

Fonte Matéria

Latest Posts

spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img

+ LEIA TAMBÉM

RECEBA NOVIDADES

Receber notícias em primeira mão em seu email nunca foi tão fácil, basta colocar seu email abaixo: