Um dos melhores filmes de guerra desde Nascido para Matar.
Já foi dito anteriormente que não deveria haver mais filmes de guerra depois de Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola. Uma afirmação compreensível, embora o gênero tenha gerado não apenas Nascido para Matar, mas também o magnífico Soldado Anônimo, que está disponível para compra e aluguel no Prime Video.
Com sua aclamada estreia no cinema, Beleza Americana, Sam Mendes não só ganhou o Oscar de Melhor Diretor, como também criou um clássico moderno. Jarhead, no original, não é de forma alguma inferior à sátira suburbana estrelada por Kevin Spacey, pois o filme de guerra libera o mesmo tom amargo e maligno que tornou American Beauty tão assombroso e comovente em 1999.
Sucesso de bilheteria para assistir em casa: Este filme é imperdível para fãs de filmes de guerra espetaculares!
É disso que se trata Soldado Anônimo
Iraque em 1991: Fuzileiros Navais dos EUA vagam pelas areias quentes do deserto – sempre em direção ao inimigo. No meio do turbilhão estão o Sargento Sykes (Jamie Foxx), líder de um pelotão de fuzileiros navais, e o atirador Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal), recém-formado no campo de treinamento. A unidade se prepara para sua missão de combate real sob condições extremas.
Na maior parte do tempo, porém, nada acontece. A rotina diária consiste em limpar rifles, praticar tiro ao alvo, ler cartas, beber água, dormir e se masturbar. Os cérebros que sobraram dos homens após o treinamento em casa estão sendo continuamente queimados pelo sol quente do deserto e pela rotina desesperadora.
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Jake Gyllenhaal espera pelo tiro perfeito
No longa, Mendes ilustra com maestria a pressão psicológica sobre os soldados que foram treinados para matar, mas não têm permissão para isso. Anthony Swofford, interpretado de forma impressionante por Jake Gyllenhaal, representa todos os jovens que precisam escolher entre a faculdade e o exército — e que percebem, no primeiro dia de treinamento, que fizeram a pior escolha.

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A lavagem cerebral no Corpo de Fuzileiros Navais anda de mãos dadas com a otimização física, até que Swofford participa das Operações Escudo do Deserto e Tempestade no Deserto para impedir a invasão das tropas iraquianas na Arábia Saudita. Idealmente, é claro, com o tiro perfeito, o tiro de John F. Kennedy, a — como os fuzileiros navais a chamam — nuvem vermelha. As batalhas, no entanto, são, acima de tudo, uma guerra de nervos.
O tempo no deserto é uma luta constante, um tédio, uma dessecação e um surto. Isso se aplica não apenas aos pensamentos que lentamente enlouquecem os soldados (minha namorada está me esperando?), mas também à sua camaradagem. A amizade se transforma cada vez mais em imprevisibilidade explosiva. A guerra como um teste de resistência porque nada acontece.
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Soldado Anônimo se baseia em ironia mordaz – e fica na memória
Se preferir, o filme não é uma acusação à Guerra do Golfo. Em vez disso, Sam Mendes examina os princípios e valores fundamentais da vida militar e encontra contradições, que o britânico revela com ironia mordaz para revelar a verdadeira natureza por trás da obediência leal: as dúvidas, o pânico, os ferimentos e, acima de tudo, a percepção de que se foi à guerra por idealismo equivocado ou porque não havia alternativa.
Anthony Swofford gradualmente percebe que participar da Segunda Guerra do Golfo, que Saddam Hussein certa vez chamou de a mãe de todas as guerras, não pode ser significativo. Em vez disso, é um vegetar constante e incessante. Como espectador, você se identifica cada vez mais com os jovens à medida que o filme avança.
O poder visual (direção de fotografia de Roger Deakins) que o filme libera é impressionante: os campos de petróleo em chamas e a chuva negra que os acompanha ficam gravados na memória. No final, porém, o que fica é a percepção de que a guerra nunca te deixa ir — mesmo que não tenha disparado um único tiro. De alguma forma, você fica neste deserto para sempre.