Uma exibição musical e épica interrompida por algumas das piores tendências de Hollywood.
Os filmes musicais estão longe de ter atingido sua era de ouro, mas há tentativas claras de ressuscitá-los como gênero popular. Embora seus maiores detratores argumentem que as pessoas comuns os rejeitam, e os estúdios de certa forma acreditam nisso com campanhas de marketing que evitam aludir a qualquer coisa que soe como canto, há uma disposição para satisfazer seu senso de fantasia.
Afinal, este século viu muitos sucessos da Broadway que geraram seguidores mesmo em lugares onde não são encenados, e esse é um segmento do público que espera ser explorado por Hollywood. Em alguns casos, eles esperaram quase décadas para ver seu musical favorito nas telas, como é o caso de Wicked.
Bruxas que não são o que parecem
A adaptação do musical que expande o universo de O Mágico de Oz era tão aguardada que se tornou um dos fenômenos do último ano. Cynthia Erivo e Ariana Grande estrelam a fantasia épica que finalmente está disponível no streaming.
Universal Pictures
A perpetuamente marginalizada Elphaba se acostumou com os olhares de terror diante de sua pele verde, embora ainda haja algo dentro dela que ela não consegue explicar. Um dia, ela tem a chance de explorar isso na mágica Universidade Shiz, onde conhece Galinda, uma aspirante a bruxa da terra de Oz e a garota mais popular da academia. Inicialmente rivais, as duas acabam construindo uma forte amizade à medida que descobrem seu lugar no mundo mágico que habitam.
Essa relação é um dos pilares da história, que repensa de forma interessante os cânones estabelecidos na memória coletiva por O Mágico de Oz, complicando os extremos do bem e do mal. Seu outro pilar, é claro, é uma série de canções de magnitude intensa, como Defying Gravity.
Wicked: Voando com interrupções
Para realizar o feito, eles contaram com a ajuda de Jon M. Chu, que dividiu a história em dois atos. É uma daquelas decisões que parece mais condizente com as exigências de um sucesso de bilheteria atual do que com qualquer coisa criativa, assim como as escolhas de iluminação chocantes, a falta de nuances na fotografia e alguns dos efeitos digitais avassaladores.
Se isso vai favorecer Wicked: Parte II, veremos ainda este ano. Até lá, Wicked está disponível no Prime Video.
