O filme que nos ensinou que sempre teríamos Paris.
Há frases de filmes que transcendem quase completamente de onde procedem e passam a ser parte de uma cultura compartilhada que as repete mantendo o significado, mas quase ignorando de onde vêm. Depois, são descobertas em seu contexto original e se entende por completo por que se tornaram imortais.
É mais ou menos o que acontece com qualquer um que vê pela primeira vez um filme como Casablanca, uma dessas obras-primas do cinema que são completamente comoventes. Humphrey Bogart e Ingrid Bergman protagonizam uma joia do cinema romântico e da Segunda Guerra Mundial que está disponível no streaming HBO Max.
Na cidade marroquina de Casablanca, Rick Blaine, um cidadão americano expatriado, administra o negócio do “Café de Rick”, um café onde se reúnem os apátridas, os exilados da França ocupada pelos nazistas, pessoas comuns, oficiais do Reich e ladrões. Um dia, Ugarte, um ladrão conhecido por Rick, aparece em seu bar levando alguns valiosos documentos que são salvo-condutos, com os quais qualquer pessoa poderia chegar a Lisboa, o único porto neutro durante a guerra que poderia levá-los aos Estados Unidos.
Antes de poder vendê-los, é detido pela polícia, comandada por Louis Renault, um oficial comprado pelos nazistas. Antes de desaparecer, Ugarte confia os documentos a Rick. A situação de Rick se complica em Casablanca quando aparece em seu bar uma antiga amante chamada Ilsa, que o deixou em Paris por seu marido, Victor Laszlo, que a acompanha na cidade. Laszlo resulta ser um líder da resistência tcheca que, sabendo que Rick tem os salvo-condutos, pretende conseguir os dois.
Warner Bros.
Casablanca: um clássico com todo merecimento
Dirigido por um artesão como Michael Curtiz, a magia de Casablanca acaba residindo nessa aparente simplicidade com a qual se apresenta. Cenários muito vistosos e, de fundo, um conflito tão potente como o de aliados contra nazistas, mas colocando o foco completamente em uma pequena e complexa história entre pessoas que se encontram em uma encruzilhada impossível.
Essa capacidade de ressaltar a emoção melodramática, sendo profundamente romântico mas nunca destoando, é o que converteu o filme em uma joia que comove todas as gerações. Sua fidelidade a esses personagens faz com que penetrem profundamente frases que são imortais e um final que acaba te destruindo, não importa quantas vezes você o veja. É um clássico com todo o merecimento.