A adaptação de um dos monumentos da literatura americana do pós-guerra está repleta de estrelas e foi dirigida por um dos grandes mestres do cinema clássico de Hollywood.
Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, Frank Sinatra, Ernest Borgnine, Jack Warden, Philip Ober e Donna Reed na frente das câmeras, e o grandioso diretor de Matar ou Morrer, Fred Zinnemann, atrás delas: Estes nomes por si só já fazem de A um Passo da Eternidade um programa obrigatório para qualquer fã sério de cinema.
A um Passo da Eternidade pode ser assistido no serviço de streaming Belas Artes À LA CARTE. No Brasil, atualmente, é o único lugar onde você encontrará este clássico absoluto.
Montanha-russa emocional entre guerra e amor
A um Passo da Eternidade é baseado no livro homônimo de James Jones. O volume, publicado pela primeira vez em 1951, tornou-se um best-seller global, ganhou o National Book Award no ano seguinte e foi incluído pela The Modern Library na lista dos 100 melhores romances em língua inglesa do século XX.
Como sua obra original, o filme, filmado em locações originais no Havaí, combina brilhantemente elementos de um drama romântico com os de um filme de guerra atmosfericamente reflexivo. Na crítica do site alemão FILMSTARTS, que deu fortes 4 de 5 estrelas possíveis, o resenhista Asokan Nirmalarajah chama a obra de “uma novela para homens” – e isso é absolutamente um elogio. Pois, como ele explica, aqui o foco está nos grandes conflitos emocionais com os quais os protagonistas lacônicos devem lutar em algum lugar entre o senso de dever militar, medos pessoais de compromisso e o arbítrio de seus superiores limitados.
Columbia Pictures
O diretor Zinnemann consegue magistralmente envolver os espectadores na montanha-russa de emoções de seus personagens, para então nos pegar tão desprevenidos quanto os soldados com o ataque dos japoneses. Assim, o contexto histórico forma a base perfeita para o destino trágico e pessoal dos personagens atuantes. Para os padrões sociais da época, o todo é notavelmente aberto e honesto em sua representação de relacionamentos extraconjugais, sexo e subordinação militar.
Habilmente, Zinnemann e seu roteirista Daniel Taradash (Castle Keep) conseguiram contornar as rigorosas disposições de censura e criar uma obra de arte cinematográfica não apenas visualmente embriagadora, mas sobretudo emocionalmente cativante. O excelente trabalho de todos os envolvidos foi recompensado com um total de oito Academy Awards na 26ª cerimônia do Oscar, realizada em março de 1954 – incluindo o de melhor filme do ano. Além disso, tanto Zinnemann e Taradash quanto Frank Sinatra e Donna Reed receberam cada um uma estatueta dourada por suas performances individuais. A um Passo da Eternidade também foi premiado pela melhor cinematografia, melhor edição e melhor gravação de som.
Todos esses prêmios, aos quais se somaram, entre muitos outros, dois Globos de Ouro, contribuem naturalmente para o status incontestável de clássico. No entanto, o que principalmente faz de A um Passo da Eternidade um clássico é que a história, capturada em belas imagens em preto e branco quase documentais, ainda comove seu público hoje tanto quanto na estreia no cinema.
A um Passo da Eternidade: Esta é a história
Dezembro de 1941 no Havaí: Na Europa, a Segunda Guerra Mundial já dura dois anos. No aparentemente paradisíaco arquipélago, no entanto, ninguém ainda suspeita que em poucos dias as forças aéreas japonesas atacarão a frota do Pacífico dos EUA ancorada no porto de Pearl Harbor. Não muito longe dos navios ainda pacificamente flutuando na água, o soldado raso Robert Prewitt (Montgomery Clift) se apresenta para o serviço no quartel de Schofield.
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O Capitão Holmes (Philip Ober), que comanda lá, fica muito feliz com o novo recruta. Afinal, ele é o melhor boxeador peso médio de toda a Marinha e deve melhorar a reputação da guarnição com sua força de nocaute. Mas Prewitt imediatamente recusa juntar-se à equipe de seu novo superior. Pois ele ainda está traumatizado por ter tirado a visão de um camarada em sua última luta. Holmes fica tão irritado com esta decisão que imediatamente instrui seus oficiais a assediarem Prewitt até que ele desista de sua resistência e entre no ringue por ele.
Logo o recém-chegado se vê completamente isolado do resto da tropa. Apenas seu amigo Maggio (Frank Sinatra) ainda o apoia. O Sargento Milton Warden (Burt Lancaster) trata Prewitt duramente como ordenado, mas logo fica fascinado por sua firmeza. No entanto, falta-lhe tanto a coragem quanto a energia para ajudá-lo e se rebelar contra Holmes. Afinal, ele mantém um caso desgastante com Karen (Deborah Kerr), a esposa do Capitão. Enquanto isso, o cada vez mais desesperado Prewitt se apaixona por Lorene (Donna Reed), que trabalha no clube noturno próximo. Tanto ele quanto Warden logo serão forçados a escolher entre o amor por suas mulheres e o dever de defender seu país.




