A Reserva está disponível no catálogo da Netflix com 6 episódios, estrelada por Marie Bach Hansen e Donna Levkovski.
A Reserva está fazendo sucesso na Netflix e, com isso, muita gente está tendo contato pela primeira vez com a palavra “au pair”, que é fundamental na história da minissérie de suspense dinamarquesa com o desaparecimento da personagem Ruby.
Em A Reserva, Ruby (Donna Levkovski), a au pair filipina da vizinha de Cecilie (Marie Bach Hansen), desaparece misteriosamente depois que ela frequenta a casa para uma festa de jantar. O sumiço faz com que ela acredite que algo terrível possa ter acontecido com a menina e Cecilie decide investigar a verdade. A polícia de Copenhagen coloca o caso no final da fila de urgência, mas a detetive novata Aicha (Sara Fanta Traore) segue seus instintos e toma iniciava de se juntar a Cecilie na tentativa de encontrar o paradeiro da babá. Quanto mais elas investigam, revelações surpreendentes sobre a família e a comunidade aparecem, mudando tudo o que Cecilie pensa sobre sua própria vida.
A Reserva na Netflix: O que é au pair?
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Au pair é uma palavra francesa que se refere ao intercâmbio quando uma jovem se muda para outro país e vai morar com uma família, trabalhando como babá das crianças na residência. Em troca, ela recebe dinheiro, hospedagem e alimentação.
Apesar da história de A Reserva não ser real, a criadora Ingeborg Topsøe teve inspiração na cultura au pair da Dinamarca e também queria fazer uma denúncia sobre isso.
Em entrevista à revista Femina da Dinamarca, Topsøe revela que teve sua primeira au pair aos 3 anos. “A ideia para A Reserva surgiu quando li uma crônica escrita por uma mulher com alta posição no mundo empresarial privado. No artigo, [a mulher] argumentou que ganhou muito dinheiro e, portanto, contribuiu para a economia. Portanto, deveria ser barato para ela contratar mão de obra para a casa – para que ela pudesse dedicar seu tempo ao mercado de trabalho. Ela acreditava que era simplesmente do interesse da sociedade”.
Isso me fez revisitar minha própria criação com uma au pair. A experiência vivida e o sentimento de um lar onde o cuidado é terceirizado
“Uma au pair faz parte da família, mas ao mesmo tempo ela está sob contrato. Na série, Ruby está no pacote de telefone da família, mas eles nem sabem seu sobrenome”, explica a criadora, que queria gerar debate sobre essa realidade ignorada com A Reserva.
De acordo com Ingeborg Topsøe, a situação atual é bastante diferente de quando ela era criança nos anos 90. “As au pairs que eu tinha poderiam ir para casa se achassem que éramos terríveis. Eles tinham outras opções. Hoje parece completamente diferente. Atualmente, cerca de 80% das au pairs na Dinamarca vêm das Filipinas”.
“Se uma au pair filipina for demitida, ela terá apenas quatro semanas para encontrar uma nova família anfitriã – caso contrário, ela perde sua autorização de residência e é mandada para casa. Isso cria uma dinâmica de poder. Mesmo que em casa gostemos de acreditar que somos todos iguais e que a au pair é realmente parte da família. Nós nos esforçamos para apagar as estruturas de poder“, completa.




