O Casarão de Água Verde, localizado na CE 060, no município de Guaiúba, a 41,7 km de Fortaleza, ganhou uma decoração especial para o Natal.
Segundo o coordenador de comunicação da Secretaria de Cultura (Secult) de Guaiúba, Bueno Araújo, a propriedade está em posse do Estado. Porém, a decoração é feita pelo Município desde 2021, como parte do Festival Folclórico de Guaiúba (Festfolg), executada pelos funcionários do Centro de Educação, Arte e Cultura (Cearc). Os funcionários do Centro de Educação, Arte e Cultura (CEARC) realizam a decoração anualmente.
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que streaming. É arte, cultura e história.
A prefeita de Guaiuba, Izabella Fernandes, teve a ideia de levar o Festival ao casarão e concedeu a realização do acender das luzes, do projeto “Natal com Arte”.
O evento é esperado por moradores da região e chama a atenção de turistas e nas redes sociais. O Festival Folclórico de Guaiúba trabalha as ideias regionais brasileiras. “Sempre tem muita dança e música regional. É um evento sem igual”, conta Bueno.
Cearenses contam história de casarão em livro de terror
Os boatos de aparições fantasmagóricas não ficaram apenas no falatório popular. O casarão teve sua história contada no livro de terror cearense “Progresso Obscuro”, de autoria dos historiadores cearenses Marcos Oliveira, Leiwilson Silva, e do administrador Leonardo Alves.
Casarão “mal assombrado” de Guaiúba protagoniza romance escrito por cearenses
De acordo com o historiador Marcos Oliveira, o casarão foi construído no fim do período escravista no Ceará, por volta de 1884.
“Foi criada uma casa, que a família chamava de chalé. Havia acabado o período escravista, porém, ainda existiam alguns escravos trabalhando na região de forma extra oficial. A partir daí ficou a lenda de que esses escravos viveram nesse chalé [o casarão]”.
Marcos explica que, na verdade, os escravos teriam vivido na sede da fazenda — que ficava próxima do casarão. Em 1990, a propriedade passou por uma reforma e até os dias atuais nenhuma medida de recuperação foi efetuada.
De acordo com o administrador Leonardo, a ideia de criação do livro se deu após os três ouvirem relatos de moradores acerca de aparições e também pela estrutura da casa ser fora do padrão de construção.
“Devido nós sermos amantes de histórias de terror, esses relatos despertaram e muito nosso interesse em saber a real história por trás daquela estrutura e se os relatos eram realmente verdade. A partir disso se deu nosso processo de pesquisa”.
Para ele, a parte mais difícil da apuração foram as várias viagens aos municípios vizinhos para encontrar documentos que validassem a pesquisa.
O também historiador Leiwilson conta que a ideia do livro sobre o casarão surgiu pela curiosidade dos amigos sempre que viam a propriedade.
“De vez em quando, durante as viagens para apresentações pelo interior, acabávamos passando pela casa. Ficávamos nos perguntando: por que aquela casa tão bonita foi abandonada? Será que é muito antiga?“.
“Quando começamos a pesquisar, percebemos que a casa tinha uma história interessante, mas a fazenda onde ela foi construída e a família responsável por ela tinham uma história mais interessante ainda. Foi aí que tivemos a ideia de ir além de uma simples narrativa e produzir um documento histórico de verdade”.
Segundo o historiador, a ideia era criar um livro totalmente embasado em fontes históricas, mas usar a fama de mal assombrada do casarão para tornar a narrativa interessante.
Sobre novas histórias, Leiwilson conta que um novo projeto está sendo desenvolvido. Sem muitos detalhes acerca do novo livro, o historiador afirma apenas que a história se passará na localidade de Sobral. “Vamos manter o padrão de uma boa história de terror, sempre com uma base histórica sólida por trás”, finaliza.
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