Depois de Noites Brutais e A Hora do Mal, Zach Cregger está pronto para encarar uma adaptação de videogame.
Está para surgir algo mais difícil de se adaptar do que a saga Resident Evil. Isso não tem relação com um roteiro robusto, denso ou elaborado – longe disso -, mas a uma série de fatores que levaram a franquia da Capcom a lugares contrários a tudo o que os fãs mais apreciam.
Foram sete longas-metragens dirigidos por Paul W.S. Anderson, que, gradualmente, se distanciaram dos games mais e mais a cada novo lançamento. Focada em uma nova personagem, vivida pela esposa do cineasta Milla Jovovich, a saga abraçou a ação e se esqueceu (propositalmente) dos elementos de survival horror na estante.
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De Resident Evil: O Hospede Maldito a Resident Evil 6: O Capítulo Final, foram 14 anos de decepções para os fãs mais puristas. Inclusive, até parte do público mais flexível foi deixando a saga para trás com o passar do tempo. Ainda assim, a Constantin Film e a Sony Pictures ainda viam potencial na propriedade da Capcom, e assim surgiu Resident Evil: Bem-vindo a Raccoon City.
O reboot prometia voltar às raízes e apresentar uma história fiel ao segundo game, protagonizado por Leon e Claire. O resultado: uma bilheteria baixa e críticas extremamente negativas. No Rotten Tomatoes, por exemplo, o filme conquistou apenas 30% de aprovação da mídia especializada.
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Com uma série da Netflix que talvez nem mereça muita atenção, pois subverte tudo da franquia para apresentar uma espécie de What If? com as filhas de Wesker, muitos se perguntavam: ainda é possível fazer um bom filme de Resident Evil? Vamos descobrir isso em cerca de um ano.
A nova chance de Resident Evil nos cinemas

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Resident Evil ganhará um novo filme nas telonas e o que dá a muitos uma chance de redenção à saga nos cinemas é a presença de Zach Cregger, um dos diretores em alta em Hollywood.
Responsável por um dos melhores longas de terror dos últimos anos, Noites Brutais, o cineasta segue disputado na indústria. Seu novo trabalho, A Hora do Mal, já chega aos cinemas com altas notas nas mãos da mídia especializada.
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De acordo com a crítica do AdoroCinema, que deu 4,5 de 5, o longa “é um exame de nossa sociedade e o que acontece quando perdemos o controle” e um trabalho exemplar do realizador, que “aumenta a aposta e se consolida como um dos nomes mais criativos do terror atual”.
Isso já nos coloca com grandes expectativas para a produção, no entanto, a visão do cineasta pode ser um problema para os fãs mais intensos de Resident Evil.
Resident Evil de 2026 será uma história original

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Para a tristeza de alguns fãs, o novo Resident Evil não será uma adaptação direta de nenhum jogo, mas uma história completamente original baseada nos acontecimentos da série. Particularmente, isso não é um grande problema, visto o currículo do cineasta que vai escrever e dirigir a produção, mas há parte da comunidade magoada.
“Eu sou um gigantesco fã dos jogos de Resident Evil. Eu joguei todos eles. Eu não sei quantas vezes eu joguei Resident Evil 4 de novo e de novo. Eu simplesmente amo”, disse ele à SFX Magazine.
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“Eu definitivamente não tentarei ser totalmente obediente ao lore dos jogos”, acrescentou. “Estou tentando contar uma história que pareça autêntica à experiência que você tem nos games. Eu não acho que vou quebrar nenhuma regra importante, mas também reconheço que, independente do que eu faça, as pessoas virão até mim na internet [reclamar]”.
Como um grande fã, Zach parece conhecer muito bem as jogatinas, já que levará os moldes dos títulos da Capcom ao seu filme. “Será construído no espírito desses jogos e seguirá um protagonista central do ponto A ao ponto B, enquanto eles descem cada vez mais fundo no inferno”, explicou o realizador.

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“Há um momento em cada jogo Resident Evil em que você se encontra na entrada de uma passagem escura. Resta apenas um tiro na arma”, disse ele. “Você sabe que algo horrível está te esperando naquela escuridão, aquele momento terrível em que você precisa controlar a si mesmo. Isso é algo que cada jogo Resident Evil aperfeiçoou e que tem feito com que eu e milhões de outros jogadores retornemos à série por décadas.”
Agradando ou não, essa é a melhor chance de Resident Evil em 30 anos, desde que George A. Romero perdeu a chance de dirigir uma adaptação décadas atrás. Uma suposta sinopse vazou nas redes há algumas semanas e destacava uma narrativa focada em um homem comum que se vê preso no apocalipse zumbi de Raccoon City. Em breve, a Sony deve divulgar mais detalhes do enredo.
O resultado dessa nova abordagem chega em pouco mais de um ano nos cinemas, com a chegada do filme marcada para 18 de setembro de 2026. Antes disso, o nono capítulo da saga principal, Resident Evil: Requiem, chega aos videogames.